De acordo com informações do Centro de Investigação Civil de Objetos Aéreos Não Identificados (Cicoani), um dos primeiros grupos ufológicos de Minas Gerais, e da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores (SBEDV), que enviaram ufólogos para entrevistar as crianças, familiares e vizinhos, a história se passou numa noite de 28 de agosto de 1963. José Marcos, então com 7 anos, estava na casa de Fernando Eustáquio Gualberto e Ronaldo Eustáquio Gualberto, irmãos, com 12 e 7 anos, respectivamente. Depois de jantar, foram ao quintal pegar água em um velho tambor de gasolina, perto de uma cisterna, para lavar um coador de café.
Ronaldo percebeu que uma luz forte, vinda de um objeto esférico que flutuava acima de um abacateiro, iluminava o quintal. As laterais do objeto eram transparentes e dava para ver quatro seres dentro, sentados em banquinhos. De repente, um dos tripulantes desceu lentamente por dois feixes de luz e caminhou em direção a José Marcos, que pegava água no tambor. Quando estendeu a mão para tocá-lo, Fernando pulou sobre o amigo, para protegê-lo.
Os garotos teriam relatado que o alienígena conseguira acalmá-los. Quando entraram em pânico, o visitante disse palavras estranhas, fez gestos e todos ficaram calmos. “Se quisessem ter feito algo ruim conosco, teriam feito. Éramos só três crianças”, diz José Marcos. Depois de passar minutos na presença dos garotos, falar e fazer gestos, o alienígena retornou à nave, que voou até sumir no céu.
Essa história só foi noticiada em 1965 pelo jornal O Diário, de Belo Horizonte, o que atraiu ufólogos de todo o mundo. As crianças foram entrevistadas, juntas e separadas, e passaram por testes. Pais e vizinhos também foram ouvidos. Ademar Gevaerd, ufólogo e editor da revista brasileira UFO, ressalta a relevância do caso. “O episódio é um dos mais importantes do Brasil”, afirma. Paulo Baraky Werner, fundador do Centro de Investigações e Pesquisas de Fenômenos Aéreos Não Identificados (Cipfani-MG), concorda. “O Caso Sagrada Família engloba fatores que trazem credibilidade: foram três, e não apenas uma testemunha; houve observação de uma aeronave com quatro tripulantes e tentativa de contato verbal e físico”, diz. “Além disso, mesmo passados mais de 40 anos, as testemunhas ainda mantêm a mesma história e nunca caíram em contradição.”
Hoje morando em outro bairro com sua mulher e três filhos, José Marcos sonha em repetir a experiência e deixa um recado para quem não acredita. “A casa do Senhor tem muitas moradas. A nossa é só uma delas.