Neste período do ano, de intenso calor e de maior incidência de chuvas, o risco de encontrar um animal peçonhento dentro de casa aumenta consideravelmente. Isso se deve ao fato desses animais saírem do seu habitat natural – por conta das inundações – à procura de alimentos e em busca de outros esconderijos. Os atendimentos a casos de acidente com escorpião no Hospital João XXIII, por exemplo, crescem a cada dia.
No ano passado, foram registrados na unidade – que é referência nesse tipo de atendimento - 1.436 casos envolvendo picada de escorpião, considerando ainda os atendimentos feitos por telefone. Segundo a médica plantonista do setor de toxicologia do Hospital João XXIII, Luciana Reis da Silveira, em caso de suspeita da picada, é importante que a pessoa seja levada imediatamente para o primeiro serviço médico nas proximidades da ocorrência. "Procure um hospital mais próximo para receber o primeiro atendimento de imediato, que é primordial nesses casos", salienta Luciana.
De acordo com a especialista, se a pessoa apresentar náuseas, vômitos, salivação intensa, palpitação, formigamento e muita dor no local da picada, irradiando-se pelo corpo, pode ser necessária a aplicação do soro antiescorpiônico: uma solução injetável de imunoglobulinas específicas purificadas e concentradas. No entanto, não é frequente a necessidade de utilização do soro, já que mais de 90% das ocorrências são definidas como leves.
Atenção com as crianças
Devido ao baixo peso corporal das crianças – em especial, as menores de 3 anos - a distribuição do veneno do escorpião pelo corpo é bem mais rápida. Por isso, esses casos são conduzidos de forma diferenciada, já que precisam ficar em torno de 24 horas em observação, enquanto os adultos ficam por volta de 6 horas.
Em Belo Horizonte, o escorpião amarelo (Tityus serrulatus) é o mais comum. Dentro de casa, os cuidados básicos para evitar acidentes com o animal são: não acumular lixo e entulhos; instalar telas em ralos; colocar protetores de portas e verificar sempre as roupas e o interior dos calçados antes de usá-los. "Manter o lar sempre limpo afasta o aparecimento de baratas e insetos, que servem de alimento para o escorpião", alerta a médica.
Se houver uma situação de intoxicação por picada de escorpião, o atendimento médico precoce é imprescindível. A coleta do aracnídeo, se possível, facilita a correta identificação no local onde o paciente será atendido.
Em caso de dúvidas, esclarecimentos e atendimentos à distância, o Centro de Informações e Assistência Toxicológica, da Unidade de Toxicologia do Hospital João XXIII, possui dois telefones com serviço 24 horas: o (31) 3239-9308 ou (31) 3224-4000. Há também, o telefone da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica: 0800-722 6001.
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