Revista Encontro

Estética

Depilação a laser "caseira" pode não ser eficiente e ainda causar lesões na pele

Tratamento estético, que antes era realizado apenas em clínicas especializadas, hoje, pode ser feito pela própria pessoa, por meio de aparelhos portáteis, que, de acordo com especialista, não são tão eficientes

Fernanda Nazaré
A tentação de poupar dinheiro e ter os pelos removidos de forma definitiva é um grande atrativo, e leva muita gente a procurar os novos aparelhos portáteis de depilação a laser.
Afinal, cada sessão em uma clínica que realizada o mesmo procedimento pode custar de R$ 70 a R$ 500, dependendo da região – e geralmente são recomendadas de cinco a oito sessões para que os pelos deixem de crescer. Nos EUA, a venda dos dispositivos para depilação caseira é liberada pelos órgãos de regulação desde 2006, e prometem a mesma eficiência que as clínicas especializadas. Aqui no Brasil, apenas uma marca teve autorização da Anvisa para ser vendida, a Silk'n SensEpil. Porém, numa rápida busca na internet, é fácil achar anúncios de aparelhos portáteis de depilação a laser de diversas marcas. Será que é seguro fazer a aplicação em casa?

Apesar dos comentários positivos de usuários em fóruns na internet, a fisioterapeuta dermato-funcional da LM Laser, Amanda Lopes, acha difícil conseguir o mesmo resultado sem os riscos de uma queimadura ou outro tipo de lesão na pele. "Para ser eficaz, o aparelho tem que ter um determinado comprimento de onda, certa fluência, e esse caseiro não tem intensidade suficiente. Ele só vai afinar o pelo, não vai eliminar.
Para a depilação completa, a aplicação feita por um leigo é arriscada", afirma.

Em alguns casos, pode ocorrer um resultado inesperado: o calor gerado pelo equipamento estimula a multiplicação de céluas do bulbo capilar, tornando os fios mais grossos. Além disso, é grande o risco de o usuário sofrer algum tipo de queimadura na pele, caso use de forma errada, ou o produto esteja desregulado.

A maioria dos aparelhos caseiros funciona por meio de luz pulsante e, segundo a especialista, esse tipo de tecnologia precisa de uma potência bem maior, que não estaria disponível para o público comum. "O máximo que pode acontecer é a pessoa ficar com os pelos mais finos. Aí, não tem como eliminá-los. Nem como laser de diodo, que é o utilizado nas clínicas especializadas", explica Amanda Lopes.

Os aparelhos vendidos na internet recomendam o uso por pessoas de pele clara e pelos escuros – este é o perfil considerado de maior eficiência para se ter o resultado esperado. O método não funciona para pelos brancos ou muito claros, já que a luz é atraída pela melanina, na raiz. Ou seja, essa substância que dá cor à pele, possui pouca incidência nos pelos mais claros e é inexistente nos que são brancos.

Assim como nos tratamentos feitos nas clínicas, existe contra-indicação para pessoas com pele bronzeada ou naturalmente escura, que aplicam ácidos ou fizeram peeling recentemente, e que utilizam medicamentos fotossensibilizantes, como alguns antibióticos e anti-inflamatórios. Nos EUA, os preços dos equipamentos caseiros variam de US$ 200 a US$ 1.300. Já nos sites brasileiros, eles podem ser adquiridos por R$450 e até por R$3 mil..