Segundo estudo divulgado na década de 1990, na The New England Journal of Medicine, famosa revista científica norte-americana, os destros vivem, em média, 75 anos, enquanto os habilidosos com a mão esquerda, apenas 66. Entre as possíveis causas da menor expectativa de vida, os pesquisadores apontam o maior risco de sofrer acidentes por parte dos canhotos. Dos casos estudados, 7,9% dos usuários da mão esquerda morreram dessa forma. Para os destros, o índice foi de apenas 1,5%.
Para chegar a esses resultados, os pesquisadores enviaram questionários a familiares de duas mil pessoas mortas na Califórnia. Baseados nas 987 respostas que receberam, eles apontaram as estatísticas, mas não apresentaram razões conclusivas para assegurar que o canhoto vive menos.
Segundo o clínico-geral Paulo Mascarenhas Mendes, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, no fim da década de 1980 e início dos anos 1990, outros quatro estudos também sinalizaram a mesma teoria, mas nenhum com comprovação científica.
Você sabia?
Estima-se que 15% dos brasileiros tenham mais habilidade com o lado esquerdo do corpo. Antigamente, esse número era menor, porque os canhotos eram obrigados a usar sempre a mão direita. Há algumas décadas, as escolas eram orientadas a castigar as crianças que escreviam com a esquerda. Usar a "mão errada" era sinal de insubordinação grave ou até mesmo de "burrice". Felizmente, essa ideia ficou ultrapassada.
Exemplos não faltam
O que dizer do craque Gérson, tricampeão em 1970 com a seleção brasileira, e apelidado de "canhotinha de ouro"? Na música, Jimi Hendrix usou a mão esquerda para se tornar o maior guitarrista da história do rock, e o mais influente artista de sua era. Também foi da canhota de Pablo Picasso que surgiram os quadros que estão imortalizados na história da arte. Integram a lista Charlie Chaplin, Angelina Jolie, Paul McCartney e tantas outras celebridades, de variados segmentos. Se antes o canhoto era visto como "estranho", "desprezado", hoje, ele até esbanja um "certo charme"..