
O fóssil da rã foi encontrado em 2002, num bloco de rocha, no complexo arqueológico de Peirópolis. A descoberta se deu em laboratório, quando os cientistas preparavam a rocha – o material estava agrupado com outro fóssil de dinossauro. As informações sobre a espécie foram publicadas na revista australiana Gondwana Research, em 2012, num trabalho conjunto realizado por pesquisadores da UFTM e do Museo Argentino de Ciencias Naturales de Buenos Aires.
Homenagem
O nome da espécie Uberabatrachus carvalhoi é uma homenagem ao paleontólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ismar de Sousa Carvalho, que realizou diversos trabalhos de descrição de espécies fósseis em parceria com a Universidade Federal do Triângulo Mineiro.

"Ele foi o responsável pela descrição de diversas espécies descobertas aqui na região de Uberaba. Esta foi uma forma de homenagear uma pessoa que colaborou ativamente com as pesquisas do Complexo Cultural e Científico de Peirópolis", afirma o geólogo Luiz Carlos Borges Ribeiro, professor da UFTM.
A espécie de rã media cerca de oito centímetros de comprimento, possuía cabeça grande, curta e larga. Vivia em lagoas e córregos e se alimentava de pequenos insetos, larvas, e outros invertebrados. As características da espécie são semelhantes às encontradas em rãs e sapos neotropicais atuais.
"Assim como os anfíbios viventes, a espécie tinha uma membrana timpânica grande, perto dos olhos, que capitava as vibrações sonoras do ambiente. Os membros eram adaptados para saltar grandes distâncias, e seus olhos possuíam uma membrana protetora e retrátil, chamada membrana nictante, que mantinha a umidade. Além disso, a espécie possuía uma extensa língua retrátil e pegajosa capaz de capturar sua presa instantaneamente", explica Thiago Marinho, professor e também supervisor do CCCP/UFTM.