
Personagem notória do Brasil da época da ditadura militar, ficou conhecida nacional e internacionalmente não apenas por seu trabalho inovador como estilista de moda, mas também por sua procura pelo filho, militante, assassinado pelo governo e transformado em desaparecido político, em que enfrentou as autoridades da época e levou sua busca a se tornar conhecida no exterior.
O jovem desapareceu no auge da carreira da mãe, depois de ser preso. Em sua busca, Zuzu fez um desfile de protesto em Nova York. A partir de então, incorporou ao luto a roupa preta, o véu, crucifixos e o cinto, em forma de protesto.

"Esse desfile foi uma ação entre muitas outras. Ela não fez esse desfile e parou. Até a sua morte ela nunca parou. Atuou o tempo todo. Militou o tempo todo", disse a filha mais jovem da estilista, a colunista Hildegard Angel, em 2014 durante abertura da exposição Ocupação Zuzu Angel, no Rio de Janeiro. Ela conta também que a mãe fez santinhos com o rosto do irmão e buscou ajuda de políticos, artistas, jornalistas e até militares. Chegou a costurar para a esposa do general Artur da Costa e Silva em busca de informações que pudessem levar ao paradeiro de Stuart Angel.
A busca de Zuzu pelas explicações, pelos culpados e pelo corpo do filho só terminou com sua morte, ocorrida na madrugada de 14 de abril de 1976, num acidente de carro na estrada da Gávea, saída do túnel Dois Irmãos (estrada Lagoa-Barra), na cidade do Rio de Janeiro – hoje o local leva o nome da estilista mineira.
(com Agência Brasil)