Essa é a ideia do projeto Capsula Mundi, dos designers italianos Raoul Bretzel e Anna Citelli. Quando se encontraram na tradicional feira de móveis e decoração de Milão, na Itália, em 2001, se questionaram sobre qual marca um designer pode deixar na sociedade, e decidiram fugir da ideia de que o design é algo que se abastece num sistema auto-referencial, e que, frequentemente, termina num "objeto brilhante". "Partindo desse princípio, decidimos que nosso trabalho seguinte seria algo perturbador, que as pessoas tratam como tabu: um caixão", conta a dupla.
De acordo com Raoul e Anna, o projeto traz um novo significado para a morte, ou seja, deixa de ser a interrupção da vida para se tornar uma série de transformações que nos levam de volta para o ciclo da natureza. "Nós acreditamos que, da mesma forma em que somos livres para escolher nosso caminho na vida, podemos escolher como será nosso fim", comentam.
Eles fazem questão de lembrar que em muitos países não é permitido que o enterro seja feito em receptáculos diferentes do caixão, e que é preciso, primeiro, mudar as leis para que os cemitérios deixem de ser um lugar triste e sombrio. Com relação ao custo do Capsula Mundi, Raoul Bretzel e Anna Citelli explicam que, até agora, só produziram urnas para conter cinzas de pessoas cremadas, mas que estão fazendo testes para que, em breve, possam apresentar ao público a cápsula árvore para sepultamento..