A Turritopsis nutricula foi descoberta em 1988 pelo estudante alemão de Biologia Marinha Christian Sommer. Ele percebeu que, após um tempo vivendo no laboratório, o animal não morria de forma alguma. Na verdade, a água viva apresentou uma capacidade incrível de retroceder seu desenvolvimento. Como se sabe, esses animais, chamados de hidrozoários, possuem três fases na vida: a primeira é a larva, que eclode dos ovos fecundados; a segunda, o pólipo, que é a larva desenvolvida e que se prende ao substrato marinho; e, por fim, as medusas, que se desprendem dos pólipos e são capazes de se reproduzir sexuadamente.
Segundo o zoólogo Eduardo Bessa, da Universidade do Estado de Mato Grosso, no caso da Turritopsis, ela consegue fazer com que seu DNA volte a agir como se estivesse na fase pólipo. Esse recomposição estrutural ocorre quando o animal se sente ameaçado ou está em risco de morrer. Assim como acontecem com as céluas-tronco dos humanos, que são capazes de regenerar tecidos e criar órgãos, a fase mais baixa do desenvolvimento da água viva permite que o organismo se reconstrua e corrija qualquer problema que tenha sofrido quando estava no último estágio da vida, explica o professor.
Podemos dizer que é uma espécie de Benjamin Button da vida real.