"Na última vez em que essa figura 'viu' o mundo, Leonardo da Vinci e Cristóvão Colombo ainda estavam vivos", diz Johan Rönnby, professor de arqueologia marinha da Universidade Södertörn, da Suécia, em entrevista à Reuters. Ele fez parte da equipe de resgate que trabalhou na recuperação do artefato.
Feito a partir de um único pedaço de madeira, o "monstro" seria uma espécie de animal, com orelhas de leão e boca de jacaré, e parece que está engolindo ou cuspindo uma pessoa. Esse tipo de figura, normalmente, era colocada na parte da frente dos navios, como forma de "afastar" o mau agouro.
"Nenhum item parecido com esse, do século XV, jamais foi encontrado no mundo", diz Marcus Sandekjer, diretor do museu Blekinge, que fica em Karlskrona, na Suécia, em entrevista ao Discovery News. O museu também estava envolvido na operação de resgate do objeto.
O artefato, segundo infomações dos arqueólogos, fazia parte do navio dinamarquês Gribshunden, que afundou em 1495, após sofrer um incêndio. Ele trazia a bandeira do rei Hans, e foi encontrado no fundo do mar, a 10 m de profundidade, na costa sudeste da Suécia, próximo à cidade de Ronneby.
"O navio é absolutamente único. É um exemplo arqueológico das grandes embarcações entalhadas, da mesma época do navio Santa Maria, que fazia parte da frota de Colombo", conta o professor Johan Rönnby, em seu artigo sobre a descoberta.
Para os especialistas, que pretendem continuar trabalhando na área do naufrágio, esse tipo de achado ajuda no entendimento do mundo daquela época – século XV –, especialmente em relação às grandes navegações.
(com Huffington Post)