Para a avaliação de matemática, o MEC dividiu a aprendizagem em quatro níveis, sendo que o primeiro e o segundo são inadequados. "No primeiro, a criança tem apenas o conhecimento que traz de casa. No segundo, ela é capaz de fazer operações, mas muito simples. Nesse momento, se ele não ler vai ter dificuldades com a matemática, já que precisa ler os problemas para entendê-los", informa o presidente do Instituto Anísio Teixeira, Francisco Soares.
De acordo com o ministro da Educação, o Brasil tem uma alfabetização "insuficiente". No caso da área de leitura, 22% das crianças avaliadas mostraram aprendizagem inadequada. "Nesse nível, o aluno sequer lê uma palavra", afirma o ministro.
A terceira área avaliada pela ANA foi a escrita, na qual 34% dos alunos têm nível inadequado de conhecimento, ou seja, alguns não conseguem escrever, outros escrevem errado ou escreve apenas palavras, mas não consegue formar textos.
"Esses dados são muito preocupantes e exigem medidas urgentes", destaca o ministro sobre a avaliação. Segundo Janine, cada área foi dividida em níveis para que possam ser elaboradas pedagogias diferentes e direcionadas às necessidades de cada grupo.
O ministro destaca que, em meio a conclusões ruins, houve inspirações positivas de locais com um contexto desfavorável e que tiveram bons resultados, que devem ser usados como modelos.
"Nossa preocupação é grande com os resultados ruins, mas há uma inspiração positiva, que, mesmo em situações difíceis, você tem êxito". O Ceará foi citado como um exemplo, com 15,8% de alunos com nível máximo em leitura, acima da média nacional (11,2%), enquanto o Nordeste tem média de 5,52% de alunos nesse nível.
O teste foi feito em novembro de 2014 e avaliou quase 2,5 milhões de estudantes do terceiro ano, última etapa da alfabetização. Esta é a segunda vez que o exame é aplicado nacionalmente. Os dados da avaliação anterior foram divulgados apenas para as escolas.
(com Agência Brasil).