Enquanto o menino permanece descontrolado, professores e outros funcionários da escola discutem sobre o que deve ser feito. Em certo momento, uma das professoras chega a dizer que não pode fazer nada, porque teme que sua atitude seja considerada algum tipo de agressão contra a criança. Um dos funcionários até tenta segurar o garoto, mas o solta em seguida. Durante quase todo o vídeo, a professora diz: "Deixa ele quebrar, porque a mãe vai pagar tudo. Isso, quebra tudo [sic]".
Assista às imagens do garoto "em dia de fúria":
A psicóloga infanto-juvenil Érica Frois desaprova a atitude dos educadores presentes na cena. Segundo ela, em hipótese alguma, deve-se incentivar a criança diante de uma situação como essa. "O que se percebe é que as escolas e a sociedade, no geral, não estão preparadas para lidar com emoções", comenta a especialista. "A escola agiu daquele modo, que é mostrado no vídeo, porque foi a atitude possível para o momento, eles não quiseram fazer mal algum para o aluno", completa.
Érica Frois explica que analisar apenas as imagens é complicado, porque não se sabe os fatores que levaram a criança até aquele momento de descontrole. De acordo com a psicóloga, cada situação possui características próprias, mas, nos casos em que a criança age dessa forma, é preciso explicar a ela o que é a raiva e como deve se expressar quando sentir algo assim.
Para a especialista, o modelo escolar vigente no Brasil "não ajuda educadores e crianças a expressarem suas emoções de forma adequada". Por isso, de acordo com ela, é comum cenas violentas como as circulam pelas redes sociais.
Quanto ao papel dos pais na educação, a psicóloga infanto-juvenil diz que é primordial auxiliar a criança a expressar e lidar com as emoções de forma correta. "Famílias muito autoritárias ou omissas, que não possuem momentos para estar com os filhos em atividades prazerosas, acabam não os ajudando a construírem relações boas com o mundo", conclui Érica Frois.