De acordo com o ortopedista Daniel Baumfeld, professor assistente do departamento Locomotor da UFMG, a dactilose espontânea não possui uma causa específica, mas sabe-se que ela está relacionada à mistura entre genética e imunologia.
"Existe um tecido fibroso no quinto dedo do pé que, por algum motivo que a gente não consegue explicar, acaba chamando mais linfócitos para essa região. Essas células começam a destruir os pequenos vasos e o dedo acaba criando uma reabsorção óssea inflamatória. Com isso, há uma amputação espontânea do quinto dedo", explica o médico.
O problema começa com pequenas ulcerações na pele, por isso ele é confundido com diabetes. O diagnóstico é difícil, portanto, a doença evolui sem o tratamento específico.
A doença não é contagiante e também não oferece risco de morte. O ortopedista ressalta que é um problema extremamente raro e que não deve causar medo na população. "É difícil encontrar 20 pessoas com essa doença no mundo. Os pacientes não perdem um braço ou uma perna, é apenas o quinto dedo do pé ou o grande dedo , mas sem grandes comprometimentos", destaca o especialista.
É possível salvar o dedo, mas somente quando o tratamento é feito na fase inicial. Os procedimentos mais comuns são incisões cirúrgicas para melhorar a vascularização, oxigenoterapia hiperbárica para facilitar o fluxo de oxigênio e descompressão do dedo. Porém, a maioria dos pacientes são orientados a amputarem a parte do corpo afetada..