Compatriota do mais novo reforço atleticano, Darío Pereyra foi o último "forasteiro" a treinar o time de Lourdes, em 1999, quando conquistou o título estadual pelo Galo.
O último trabalho de Pereyra como técnico foi em 2014, à frente do Águia de Marabá, do Pará. Aos 59 anos, ele aguarda uma boa proposta para retornar à beira do campo. Enquanto isso, acompanha pela televisão os principais campeonatos do Brasil e, claro, o mercado da bola. Em entrevista à Encontro, o uruguaio aposta no sucesso do compatriota Aguirre em terras mineiras. "É uma excelente pessoa. Tem feito boas campanhas e tem tudo para dar certo".
Confira abaixo entrevista com o ex-técnico atleticano Darío Pereyra:
ENCONTRO – Qual sua relação com Diego Aguirre?
DARÍO PEREYRA – Conheço o Aguirre pessoalmente. É uma excelente pessoa.
É difícil técnicos estrangeiros fazerem sucesso no Brasil. Por que você acha que o Aguirre pode ter êxito?
Ele tem uma vantagem que é falar português. Não é como o Osório , por exemplo. Isso favorece a comunicação, as palestras com os jogadores. Ele está preparado para fazer uma boa campanha no Atlético.
Quais características são peculiares dos técnicos uruguaios?
Uruguaios e argentinos são muito parecidos. Eles gostam que jogadores sejam bem aplicados taticamente. O atleta brasileiro tem a característica de jogar um pouco mais solto, de não ser tão disciplinado taticamente. O brasileiro gosta de jogar com a bola e quando não a tem, não se preocupa tanto em marcar. A ideia uruguaia e argentina é de jogar para o time. Todos os jogadores marcam, desde o lateral até o ponta esquerda.
Como você vê o Atlético? O time está preparado para alcançar novas conquistas?
O Atlético está bem organizado. Este ano, no Campeonato Brasileiro, esteve perto do Corinthians, mas, depois se distanciou.
Em sua passagem pelo Atlético, em 1999, você conquistou o Campeonato Mineiro e, depois, foi demitido no Brasileirão, pouco antes da fase final. Ficou alguma mágoa por sua saída?
Não ficou mágoa. Fomos campeões mineiros, ganhamos do Cruzeiro na semifinal, depois, ganhamos do América na final. Ainda fizemos uma boa campanha no Brasileirão. Tenho boas lembranças. Continuo torcendo, sou fã, gosto muito do time.
Hoje, você está sem clube.
A maior dificuldade é conseguir bons projetos. Times grandes oferecem melhores condições. Na segunda e terceira divisão é difícil encontrar um time que ofereça boas propostas. Treinador, sozinho, não faz nada. Ele precisa dos jogadores e do clube, para pagar o salário em dia. Treinador sofre com isso, quando não existe um bom projeto..