
O caso da garota chama a atenção devido aos riscos de um abdominal, que, em princípio, parece ser um exercício simples e isento de perigos. Mas, segundo o fisioterapeuta Daniel Câmara Azevedo, professor da PUC Minas, essa é uma atividade em que se deve levar em conta a escala de progressão de dificuldade. Ou seja, o aluno precisa passar por diferentes estágios até fazer um movimento mais avançado, como é o caso do abdominal invertido em suspensão (a pessoa fica com o corpo suspenso e flexiona as pernas para cima).
É preciso levar em conta que, no caso da universitária de São José do Rio Preto, não há informação se a garota estava fazendo o exercício de forma correta. Segundo a imprensa local, ela se machucou quando a cinta que segurava seus pés arrebentou. A garota caiu de cabeça no chão e fraturou a quinta vértebra, além de lesionar a medula. O acidente aconteceu no sábado, dia 9 de janeiro. A academia onde Marcelle se exercitava informou que tem prestado toda assistência à vítima.
O fisioterapeuta ressalta que o caso da jovem foi uma exceção, e que não existe uma contraindicação para o abdominal invertido. Porém, é preciso ter alguns cuidados. "É importante o acompanhamento de um educador físico, que verifica se o aluno possui algum histórico de problema na coluna. É possível que a pessoa tenha uma crise aguda de dor na coluna ou hérnia de disco se a progressão de dificuldade não for respeitada", alerta o especialista.
Os abdominais invertidos, segundo Daniel Câmara, têm como característica a sobrecarga maior sobre o quadril e a coluna. Eles exigem maior esforço, mas, se praticados da maneira correta, não oferecem risco à saúde.