"Comecei a usar uma cadeira de rodas, por causa da fraqueza nos músculos das costas. Era claro: eventualmente eu viria a ser acamada pela doença. Mas, queria evitar esse destino pelo máximo de tempo possível", conta Wahls em seu site oficial.
Então, a médica começou a pesquisar diferentes estudos relacionados a esclerose múltipla. Segundo ela, foi como se voltasse a ser estudante de Medicina. Bioquímica, fisiologia celular e neuroimunologia eram as áreas mais pesquisadas por Terry Wahls. Porém, grande parte dos estudos que considerava relevantes eram vinculados a medicamentos que não eram aprovados pelo FDA, órgão de controle de alimentos e remédios nos Estados Unidos.
"Então, pensei em procurar vitaminas e suplementos que poderiam ajudar qualquer tipo de doença cerebral progressiva. Aos poucos, fui criando uma lista de nutrientes importantes para a saúde do cérebro, e comecei a tomá-los em forma de suplementos. Meu declínio desacelerou, mas ainda estava com a doença", relata Terry Wahls.
Sua sorte mudou em 2007. Nessa época, a professora descobriu a Medicina Funcional, uma organização dedicada a ajudar profisisonais que querem usar as mais avançadas descobertas científicas no tratamento de doenças crônicas complexas. Com a ajuda dessa organização, Wahls concluiu a lista de vitaminas e suplementos que eram adequados para seu cérebro. "Então, tive uma epifania importante: e se redesenhasse minha dieta de modo a receber esses nutrientes tão importantes para o cérebro, mas, não em forma de suplementos, e sim, por meio de alimentos?", lembra a médica americana.
Tomando como base a lista de vitaminas e suplementos, ela criou o chamado Protocolo Whals, um guia alimentar específico para esclerose múltipla, que é baseado na famosa dieta paleolítica. Existe, porém, uma diferença entre essas duas formas de alimentação: no guia alimentar sugerido pela médica, não estão incluídos grãos. Como mostra em seu site, Terry seguiu fielmente o protocolo que criou, e, "milagrosamente", conseguiu deixar de lado a cadeira de rodas após um ano, causando espanto em sua família e também nos médicos que a atendiam.
Conheça abaixo a lista de alimentos que compõem a dieta de Wahls, e que, em teoria, são excelentes para minimizar ou "curar" a esclerose múltipla:
- Folhas verdes: elas possuem vitamians A, C, K e B, além de minerais que protegem os neurônios, inclusive em nível mitocondrial. Elas também auxiliam na proteção contra catarata e degeneração macular
- Vegetais ricos em enxofre: esse nutriente ajuda na desintoxiação celular e na criação de neurotransmissores. Segundo Wahls, o enxofre é a "arma secreta" contra doenças degenerativas. É encontrado no repolho, na cebola, nos cogumelos e no aspargo
- Frutas e vegetais coloridos: as cores desses alimentos são reflexo da quantidade de antioxidantes que possuem. Um deles é o flavonóide, polifenol que ajuda a remover toxinas do corpo, especialmente as do cérebro. Dê preferência para as berries (cereja, morango, mirtilo etc.), para a laranja, a beterraba e a cenoura
- Ômega-3: segundo Wahls, essa gordura saudável ajuda a reduzir o avanço da esclerose. Deve ser proveniente de fontes animais, como o salmão e a sardinha
- Miúdos e carne de animais que comem grama: a médica acredita que a carne proveniente de animais que se alimentam de grama é mais saudável, ao reduzir o risco de se consumir hormônios. Boi e carneiro são exemplos de carnes de animais que costumam comer grama. Já os miúdos, como fígado e língua, de acordo com a médica, são ricos em vitaminas, minerais e coenzima CoQ10
- Algas: essas plantas marinhas são ricas em ferro, cálcio e fibras, que ajudam a deixar o cérebro mais alerta e esclarecido, especialmente em doentes com esclerose múltipla. Wahls lembra ainda que a alga possui selênio, que fortifica os ossos, os olhos e a pele, enquanto remove toxinas do cérebro