Segundo uma carta escrita em novembro de 1944 pelo comandante Pailique, e direcionada ao também comandante Nudderidge, Coco Chanel pode ter atuado como espiã nazista. "Uma fonte em Madri nos informou que a madame Chanel, entre 1942 e 1943, era amante do agente nazista barão Guenter von Dinklage. Dinklage chegou a trabalhar como adido da embaixada da Alemanha em 1935. Ele trabalhou como propagandista e nós suspeitamos que ele é um agente alemão", diz o documento que vincula o nome da célebre estilista ao regime fascista.
Segundo o historiador francês Frederic Queguineur, que comanda o grupo que analisa os documentos "secretos", esse arquivo mostra que Coco Chanel teria relações com o grupo de inteligência nazista Abwehr, situado na França. "Do ponto de vista alemão, eles a registraram, então, isso significa que ela tinha potencial para ser fonte de informação, ou ser usada em missões, enfim, trabalhar para eles. Mas, do ponto de vista dela, não sabemos se realmente estava ciente disso", diz Queguineur, em entrevista à agência de notícias AP.
Como é sabido, a estilista, criadora do famoso perfume Nº 5, foi oficialmente acusada de ter relações com o nazismo, e precisou fugir do território francês, passando a residir na Suíça – país considerado neutro durante a Segunda Guerra. Mas, ela também tinha apoiadores importantes, como o primeiro-ministro inglês da época, Winston Churchill, que chegou a oferecer a Chanel um "asilo político" na embaixada inglesa em Paris.
A estilista só foi ouvida pela justiça francesa em 1949, quando foi acusada de vários crimes de guerra.