Sette Câmara passou a integrar, no fim do ano passado, o Red Bull Junior Team, programa de desenvolvimento de pilotos da equipe austríaca tetracampeã mundial. No sábado, dia 16 de abril, ele teve a chance de pilotar o RB8, carro no qual Sebastian Vettel conquistou o título da F1 em 2012.
Este ano, Câmara disputa sua segunda temporada na Fórmula 3 Europeia. Em 2015, o jovem piloto conseguiu importantes feitos, como pódios nas corridas da Áustria e Bélgica, e recorde da pista no Grande Prêmio de Macau (China) – competição com mais de 60 anos de história.
Se no futebol o auge é chegar à Seleção Braisleira, no automobilismo, a Fórmula 1 é a menina dos olhos. "Hoje, consigo encarar isso como uma meta, um objetivo. Eu não gosto de fazer prognósticos de tempo, porque chegar à F1 depende de muitos fatores que vão bem além das pistas", comenta Câmara.
Confira a entrevista da Encontro com o piloto brasileiro Sérgio Sette Câmara:
REVISTA ENCONTRO – Como surgiu a paixão pelo automobilismo?
SÉRGIO SETTE CÂMARA – Eu sempre gostei de carros.
Como você recebeu a notícia, no fim do ano passado, de que faria parte do programa de desenvolvimento de pilotos da Red Bull?
Na verdade, foi uma grande surpresa. O pessoal da Red Bull procurou o chefe da minha equipe e disseram que Helmut Markko, ex-piloto de F1 e responsável pelo desenvolvimento de pilotos da marca austríaca, gostaria de conversar comigo. Na mesma hora, fui informado e, em 10 minutos, Markko estava ao telefone comigo. Na semana seguinte, fui à Áustria, na sede da empresa e, cerca de um mês depois, retornei, para assinatura do contrato. Foi tudo muito rápido, claro e bem explicado. Esse é o programa que mais levou pilotos para a F1 nos últimos anos, e suas regras internas são bem simples. Se você for competitivo e lutando por vitórias no campeonato de acesso, eles te escolhem e permanece no programa. Se não mostrar resultados, é convidado a se retirar e ceder a vaga para outros.
Como avalia seu desempenho na Fórmula 3 Europeia em 2015?
Minha primeira temporada na F3 Europeia foi muito boa. Atualmente, o campeonato é uma das principais categorias de acesso à F1. Comecei o ano com apenas algumas provas na F3 Brasil e, diante de um grid com normalmente 36 pilotos, me classificava, no início, sempre entre o 20º e o 25º.
Quais são os objetivos para este ano?
No contrato com a Red Bull, me permitiram continuar em 2016 com a mesma equipe técnica do ano passado, a Motopark Academy, da Alemanha. Bem entrosado com a equipe, com bom conhecimento do carro e das pistas, meu objetivo para 2016 é manter a competitividade durante todo o ano, fazer o maior número de pontos em cada uma das rodadas e, consequentemente, chegar ao final disputando o título.
Você já disse em outras entrevistas que seu sonho é disputar a Fórmula 1. Em quanto tempo você planeja chegar a modalidade mais popular do automobilismo?
Quando comecei a competir de kart, meu sonho era disputar a F1. Hoje, consigo encarar isso como uma meta, um objetivo. Não gosto de fazer prognósticos de tempo, porque chegar à F1 depende de muitos fatores que vão bem além das pistas. Vou me dedicar muito nesta temporada da F3 Europeia e, ao final, avaliar as possibilidades. A transferência para a GP3 ou a GP2 são os caminhos mais naturais, mas, tudo depende do meu desempenho este ano e o que iremos ter de orientação da Red Bull.
Qual seu maior ídolo do esporte?
Sem dúvida o meu maior ídolo no automobilismo é Ayrton Senna.
Em quem você se espelha, atualmente?
Na atualidade, o meu maior ídolo é Sebastian Vettel. Na minha opinião, ele é um cara extremamente focado, interessado na competição, no carro, nos acertos. Não se importa muito com o que existe no seu entorno, e está sempre 100% voltado para a parte técnica. Eu o admiro muito..