
Segundo o portal InVivo, da Fiocruz, existem mais de 50 tipos de doenças acnéicas, mas, a forma mais comum é chamada de acne vulgar, que se manifesta sob na forma de cravos (comedões), espinhas (pápulas ou elevações) e pústulas (espinhas contendo pus). Nos casos mais graves, uma simples espinha pode se transformar num abscesso e/ou cisto, dando origem a cicatrizes, em graus variáveis.
A acne, termo genérico utilizado para caracterizar essas lesões, na pele, possui várias causas:
- Entupimento dos poros por pele morta
- Aumento da produção de sebo
- Ação da bactéria Propionibacterium acnes
- Outras alterações das células do folículo
Como mostra o site da Fiocruz, embora as espinhas apareçam em todas as idades, é na adolescência que elas são mais frequentes. Isso porque, nessa fase, ocorre ajuste fisiológico (aumento e/ou diminuição) dos níveis hormonais. Estes, causam a elevação do número das glândulas sebáceas que, em grande maioria, estão conectadas aos folículos pilosos, e produzem sebo. Acredita-se que, expulso através da abertura dos folículos, o sebo estimule as células da parede interna do poro, o que faz com que elas se desprendam e se agrupem, formando uma espécie de rolha: o tradicional cravo.
Sebo e células favorecem o crescimento bacteriano, no interior do folículo. As bactérias, por sua vez, podem produzir substâncias que causam a ruptura da parede folicular. Conclusão: sebo + bactérias + células descamadas da parede do poros = eritema (vermelhidão), edema (inchaço) e pus, ou seja, uma espinha "vermelhona".
Mitos e cuidados
Como mostra o InVivo, comer chocolate, estresse, lavar o rosto várias vezes ao dia, anticoncepcional, menstruação e produtos de beleza, nada disso causa espinha. No entanto, o mesmo não se pode dizer das vitaminas do complexo B (B1, B2, B6, B12). "É preciso ficar atento a estas vitaminas. Elas estão presentes nos alimentos industrializados e podem causar espinhas", diz o dermatologista Paulo Roberto dos Santos. Além das vitaminas do complexo B, os remédios utilizados no tratamento de tuberculose também podem desencadear a acne.
O dermatologista destaca que, no caso dos chocolates, há casos especiais. "Se uma pessoa é sensível aos chocolates e percebe que, ao comê-los, aparece alguma espinha ou aumenta o número delas, então, é melhor evitá-los". Outra orientação importante é: "nunca se deve manipular, coçar ou espremer as espinhas, nem fazer limpeza de pele em salões de beleza. O melhor é procurar um especialista antes que elas se transformem em lesões mais evoluídas e tragam problemas mais sérios".
O tratamento da acne, segundo o especialista, exige paciência. "Leva de dois a quatro meses para inativar a doença. Depois deste período, é necessário fazer manutenção para consolidar os resultados. O tratamento utiliza produtos tópicos [sobre a pele] e sistêmicos [medicamentos para ingerir]. Já a remoção das cicatrizes só é feita com o auxílio de peeling [soluções de ácidos fortes]", lembra Paulo Roberto.
(com Portal EBC e InVivo - Fiocruz)