Para tentar elucidar esse curioso comportamento humano, cientistas australianos desenvolveram uma técnica capaz de "medir" a intuição.
O professor de psicologia Joel Pearson, da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, comandou uma série de experimentos para verificar se as pessoas usavam a intuição na tomada de decisões. Os pesquisadores reuniram cerca de 20 estudantes em pequenos grupos e mostraram pontos em preto e branco que se movimentavam na metade da tela de um computador. Os participantes tinham de responder se esses objetos estavam indo para a esquerda ou para a direita.
No momento em que os estudantes estavam prestes a tomar uma decisão, um quadrado brilhante piscava na outra metade da tela. Nele, era exibida uma imagem com a intenção de provocar uma resposta emocional nos participantes. Cada figura tinha o intuito de induzir uma sensação positiva (cenas de bebês e cachorros, por exemplo) ou negativa (imagens de cobras ou armas). Porém, as imagens surgiam em alta velocidade e não eram facilmente percebidas.
De acordo com o estudo, as figuras usadas de modo subliminar serviam para simular o fenômeno da intuição. Os resultados mostraram que os estudantes tiveram melhor desempenho quando as imagens subliminares positivas apareceram.
Difícil explicação
O psicólogo Roberto Patrus, professor da PUC Minas, diz que a intuição é uma constatação inquestionável, mas ela é baseada em relatos pessoais e não pode ser caracterizada de modo simples. "A intuição é deduzida e não é explicada. Ela pode ser comprovada com experiências. Mas, é um fenômeno de difícil explicação", comenta o especialista.
Mulheres são mais intuitivas?
Segundo o professor, as mulheres são mais sensíveis à intuição, porque normalmente elas são mais abertas ao autoconhecimento. "Geralmente, o homem é mais racional e não dá abertura para a intuição", explica o psicólogo. De acordo com ele, essa análise não tem qualquer relação com o instinto materno, próprio das mulheres..