Publicado no periódico científico Behavioral Ecology em maio deste ano, a pesquisa da Universidade Monash, da Austrália, analisou 317 pares de fairywren da coroa roxa, que são consideradas aves extremamente territoriais. De acordo com o estudo, liderado pela bióloga Anne Peters, professora associada da Faculdade de Ciências Biológicas da universidade australiana, um em cada cinco pares dessa espécie, típica do maior país da Oceania, acabou se "divorciando" após nove anos de relacionamento. A pesquisadora ficou surpresa ao descobrir que as fêmeas é que tomavam a decisam da separação.
"As fêmeas demonstram planejamento e são mais propensas a terminar a relação quando percebem a oportunidade de melhorarem de vida. Encontramos fêmeas que estavam preparadas para aguardar, às vezes por três anos, pelo momento certo de mudar de vida, quando o parceiro havia morrido ou se afastado", revela Anne Peters, em matéria publicada no site da Universidade Monash.
A espécie fairywren da coroa roxa é endêmica da Austrália e está em risco de extinção. Existem menos de 10 mil indivíduos em Kimberley, que fica na região oeste do país. Ao contrário de outras aves que se afastam dos parceiros após a reprodução e a criação dos filhotes, a fairywren permanece na monogamia por muitos anos.
"As fêmeas ficam no mesmo lugar, tristes com seus parceiros ou com o território.
O estudo revela ainda que o "divórcio" para a espécie Malurus coronatus acabou se tornando uma "ferramenta" de sobrevivência, já que permite à fêmea escolher um parceiro mais apto, que seja capaz de encontrar um ambiente melhor, especialmente para a construção do ninho. Este fato é importante para os fairywren da coroa roxa, já que devido ao ambiente insalubre em que vivem, 80% de seus ninhos acabam sendo ineficazes, não servindo para a criação dos filhotes..