Aedes Aegypti já fez milhares de vítimas em todo o país. Com tratamento baseado apenas no alívio dos sintomas, a principal forma de combate a essas doenças ainda é a eliminação dos criadouros do mosquito vetor.
Qualquer acúmulo de água pode ser um possível foco de proliferação do inseto, já que ele se reproduz em locais com água limpa e parada. Neste contexto, as bromélias, plantas ornamentais tropicais muito comuns em várias regiões do Brasil, vêm sendo injustamente apontadas como responsáveis por propagar a doença. Com mais de 3,2 mil espécies, as bromélias caracterizam-se pelo agrupamento de suas folhas em formato circular, o que leva à retenção de água no centro da planta. Com isso, muitas pessoas acreditam que a espécie é um local adequado para as larvas do Aedes. Porém, uma pesquisa realizada pelo Instituto Osvaldo Cruz (IOC\Fiocruz), na cidade do Rio de Janeiro (RJ), desmitificou esta crença.
O estudo, desenvolvido pelo biólogo Marcio Mocelin, avaliou 156 bromélias durante um ano inteiro, e apenas 0,07% de um total de 2.816 larvas de mosquitos coletadas nas bromélias correspondiam ao transmissor da dengue. Além disso, o estudo mostrou que no mês de abril, período em que houve a maior taxa de captura, das 376 larvas encontradas nas bromélias analisadas, apenas duas eram equivalentes ao Aedes aegypti.
Quem também concorda com o resultado desse estudo é Para Bruno José Esperança, diretor da floricultura Esalflores. Para ele, as bromélias não apresentam perigo algum. "Muitas pessoas têm resistência, mas sempre esclarecemos essa informação. Atuamos há 20 anos no segmento e nunca foi relatado qualquer caso de foco de mosquito por nossos consumidores", afirma o especialista.
Além disso, ele explica que a água acumulada pelas bromélias funciona como um reservatório de nutrientes e é constantemente absorvido pela planta. "Isso difere a água acumulada pela bromélia da que fica parada em recipientes artificiais, assegurando que elas não são uma ameaça. O monitoramento deve predominar nos focos já conhecidos, como caixas d'água, garrafas e pneus", comenta Bruno Esperança.
Todo cuidado é pouco em relação à doenças que assustam o país: dengue, zika e chikungunya. O vírus transmitido pela fêmea do mosquito BEM-ESTAR
Será que as bromélias são mesmo 'viveiros' para o Aedes aegypti?
Estudo garante que a planta não é um potencial foco para reprodução do mosquito
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