A civilização maia existiu por milênios, tendo deixado numerosas e grandiosas "cidades mortas", além de monumentos culturais, especialmente na península de Yucatan, no México. Quando os europeus chegaram à América, em 1492, não encontraram nenhum habitante nesses locais "abandonados" – os maias "desapareceram misteriosamente" no século IX. As causas do "sumiço" desta civilização, até hoje, ainda gerava debates entre os arqueólogos.
Por meio da análise de um sítio arqueológico em uma das cidades maias, localizada em Tikal, cientistas descobriram um sistema complexo de reservatórios e canais, indicando como a água era de suma importância na vida dos habitantes daquela época.
Linda Kuil, pesquisadora da Universidade Técnica da Áustria, responsável pelo estudo publicado recentemente, junto com outros cientistas, criou um modelo eletrônico de como seria uma típica "megalópole" maia, com população estimada entre 80 e 100 mil habitantes. A simulação revelou que o sistema de abastecimento realmente protegia os maias de secas prolongadas. Mas, ele funcionava apenas quando havia excesso de água. Caso contrário, mesmo uma falta insignificante do precioso líquido poderia levar a população à morte.
Com isso, fatores diversos fizeram com que os reservatórios de água se tornassem a causa da "morte" das cidades maias. A análise em Tikal revelou que houve uma crise hídrica, o que não permitiu aos antigos habitantes das Américas manterem um modo de vida normal – ou seja, tiveram de economizar o líquido. Quando a água se esgotou, acabou gerando uma verdadeira catástrofe.
Como consequência, nos períodos de seca, as grandes cidades com sistema de abastecimento tinham êxodo populacional maior do que as povoações sem reservatórios. Este fato explica porque as maiores cidades maias foram abandonadas ainda no século IX, época em que mudanças climáticas provocaram secas drástica na península de Yucatan.
(com Agência Sputnik)