A descoberta de que a mãe "exemplar" do regime nazista era filha de pai judeu mostra como a ideologia da "raça superior" de Hitler, que considerava os alemães descendentes "puros" dos arianos (povo antigo que teria habitado a região central da Ásia e se espalhado pela Europa), se baseava em mentiras e ocultações. Isso pode ser visto em diversos filmes e fotos da época, que mostram o "führer" alemão ao lado da família Goebbels, em momentos de festa e descontração. Hitler os tratava como um exemplo para o povo alemão "puro".
Johanna Maria Magdalena Behrendt, nome de registro de Magda Goebbels, nasceu em 1901 e seu pai biológico teria sido Richard Friedländer. Ele era judeu e acabou morrendo no campo de concentração nazista de Buchenwald, na cidade de Weimar, na Alemanha, em 1938. Apesar de ter conhecimento de suas origens, Magda nada fez para salvar o pai, uma das 6 milhões de vítimas do holocausto.
Os historiadores modernos já suspeitavam que essa "verdade" estivesse ligada à paternidade judaica da esposa do ministro da propaganda – grande responsável por espalhar o ódio aos judeus durante a ascenção do regime nazista. A revista alemã Der Spiegel já havia publicado uma teoria sobre a suspeita da paternidade judaica de Magda Goebbels há 15 anos.
Vale lembrar que o casal Goebbels se casou em 1932 e tiveram seis filhos: Helga, Hildegard, Helmut, Hedwig and Holdine e Heidrun. A "família exemplar" do regime de Adolf Hitler teve fim em 30 de abril de 1945, quando, dentro do bunker (abrigo) do líder nazista em Berlim, Magda e Joseph assassinaram as crianças antes de cometerem suicídio. Como a Alemanha já estava praticamente derrotada na Segunda Guerra Mundial, eles não queriam que seus descendentes vivessem num "mundo sem o nazismo"..