Uma das instituições mais rígidas do mundo, a Igreja Católica, poderá, em breve, permitir que mulheres se tornem diaconisas. Com isso, funções que hoje são restritas dos homens, passariam a ser liberadas para o público feminino, como o anúncio do Evangelho, batismo, ajuda ao sacerdote no altar e dar o testemunho cristão aos mais pobres.
A ideia inovadora partiu do papa Francisco. Ele criou uma comissão especial para estudar o diaconato feminino. Composta pelo secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, arcebispo de Tibica, Luis Ladaria, e mais 12 membros, incluindo seis mulheres, o grupo terá sua primeira reunião em setembro deste ano, segundo informação da assessoria de imprensa do Vaticano.
Caso seja aprovada, a possibilidade de uma mulher exercer o sacerdócio no catolicismo será um marco histórico na Igreja. "Ouvimos dizer que no primeiro século existiam diaconisas. A mulher pensa de maneira diferente da nossa. Os homens não podem tomar uma decisão boa e justa sem ouvir as mulheres", diz papa Francisco em entrevista coletiva concedida em seu avião oficial, enquanto retornava de uma visita à Armênia em junho deste ano.
Registros históricos mostram que no início do catolicismo algumas mulheres chegaram a exercer a atividade de diaconisa, especialmente em relação ao batismo. Isso porque, naquela época, o batizado era feito por meio do mergulho do corpo nu do fiel em água. Quando mulheres eram batizadas, o ato não podia ser realizado por um homem. Por isso, eram convocadas as diaconisas.
O diaconato é o primeiro grau de ordenação na Igreja Católica, seguido pelo sacerdócio e, por último, o episcopado. Entre as funções atribuídas ao diácono, função que, hoje, só pode ser exercida por homens acima de 35 anos, estão: proclamação do Evangelho, apoio no serviço do sacerdote, administração do sacramento do batismo, realização de casamentos e realização de bênçãos. Mas, o diácono não pode celebrar missa, receber confissão ou dar a unção aos enfermos.
A discussão sobre o diaconato feminino surgiu durante o Sínodo (assembleia) dos Bispos de 2015. O bispo canadense dom Paul-André Durocher, na ocasião, afirmou que "o Sínodo deveria considerar seriamente a possibilidade de permitir o diaconato feminino, porque iria abrir o caminho para as mulheres terem maiores oportunidades na vida da Igreja".
(com Agência Télam)
POLÊMICA
Papa Francisco quer que mulheres possam ser diáconos
Hoje a Igreja Católica não permite que mulheres façam o diaconato, o sacerdócio ou o episcopado
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