O hidrolisado é um pó que é vendido em sachês para ser tomado com água. "O produto é registrado como alimento funcional na Agência Nacional de Vigilância Sanitária , o que permitiu a realização dos testes. As amostras utilizadas no estudo foram cedidas por um fabricante do produto, vendido como suplemento alimentar", diz a pesquisadora Patrícia Maia Campos, responsável pelo estudo da USP.
Participaram dos testes 60 voluntárias, em um tipo de estudo denominado "duplo cego placebo controle". "As voluntárias não eram informadas se estavam ingerindo o hidrolisado de colágeno ou o placebo, que é uma substância sem efeito nenhum. Depois de 90 dias, quem tivesse tomado o placebo era convidado a tomar o hidrolisado por mais 90 dias", relata a professora. As mulheres participantes tinham entre 45 e 60 anos de idade, e não podiam estar tomando medicamento ou fazendo reposição hormonal.
Ação progressiva
Cada voluntária tomou 10 mg de hidrolisado (com colágeno de origem bovina) por dia, durante 90 dias. A cada 45 dias eram feitos dois tipos de exames. "Um deles, o ultrassom da derme, que é a camada mais profunda da pele, para medição da ecogenicidade, que indica a densidade e a firmeza da pele. O outro teste é o do 'cutometer', que mede a propriedade elástica da pele", explica a cientista.
O exame de ultrassom demonstrou que o hidrolisado agiu de forma progressiva na camada mais profunda da pele, tornando-a mais firme e diminuindo a flacidez. "O efeito foi conseguido com o uso oral. No caso de cosméticos com colágeno, que são de uso tópico, aplicados na pele, essa ação, além de superficial, é menos duradoura", destaca Patrícia Campos.
O "cutometer" também indicou uma melhoria da elasticidade e da hidratação da pele. "Neste caso, o resultado foi similar ao verificado com o uso tópico em outros estudos, demonstrando que os dois tratamentos se complementam", completa a professora.
(com Agência USP).