Essa proibição causou a morte de um empresário argentino, que foi baleado após um assalto na cidade de Caseros, no dia 22 de julho deste ano. Ele ficou internado, agonizando, por três dias no hospital, já que sua mulher não autorizou a realização de uma transfusão de sangue, necessária para a feitura da cirurgia de urgência. Após o falecimento do empresário, o irmão da vítima disse à imprensa argentina que vai processar a cunhada por negligência.
Base religiosa
A reportagem da Encontro tentou contatar representantes das testemunhas de Jeová em Belo Horizonte, e não obteve retorno.
Entre as várias seções do portal das testemunhas de Jeová que abordam a polêmica entorno das transfusões de sangue, uma delas admite que a prática pode ser considerada extremista e, até mesmo, suicida para a maioria das pessoas que não seguem a religião. No entanto, o mesmo texto apresenta uma "defesa" para esse dogma, argumentando que vários estudos científicos "comprovariam a existência" de técnicas para que os médicos não precisem fazer transfusões de sangue em seus pacientes, inclusive em cirurgias.
Ponto de vista médico
Apesar do site das testemunhas de Jeová no Brasil possuir um artigo dizendo como os profissionais da Medicina devem "atender" os membros desta religião, o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, por meio de sua assessoria de imprensa, informou à Encontro que os médicos são orientados a seguirem a resolução 1021/80, do Conselho Federal de Medicina (CFM), que trata exclusivamente do atendimento a esses fiéis.
O documento do CFM, que leva em consideração o Código de Ética Médica, determina que o profissional da Medicina só pode deixar de fazer a transfusão de sangue caso a vida do paciente não esteja em risco. Do contrário, a transfusão deve ser feita, independentemente de estar ligada a questões religiosas..