Rio de Janeiro. Para celebrar o aniversário de Romão, ele comprou uma passagem aérea da Gol para o filho, na categoria "criança desacompanhada", que é mais cara, para sexta, dia 2 de dezembro – o aniversário seria no dia seguinte. Mas, para sua surpresa, quando o voo 2160, vindo do aeroporto internacional Tom Jobim (RJ) chegou em Vitória, seu filho não estava entre os passageiros.
"Pois bem, meu filho, de seis anos, em sua primeira viagem sozinho e desacompanhado, incrivelmente e irresponsavelmente havia desaparecido. Frustrante, não? E quem fez a descoberta desse absurdo, fui eu, o pai da criança, que, ao notar o desembarque do vôo que chegava em Vitória às 18h20, percebi que meu filho não havia saído do avião. Foi as piores horas da minha vida, pois percebi que meu filho havia desaparecido", diz Wanderson Romão em uma publicação de desabafo que fez no Facebook e que já conta com mais de 127 mil compartilhamentos e 80 mil comentários.
Segundo o professor, seu filho estava com toda a documentação exigida pelo Conselho Nacional de Justiça e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Ele conta que sabia que o filho não poderia ter ficado no aeroporto do Rio, pois tinha os emails que mostravam o monitoramento do embarque da criança. Duas dessas mensagens apontavam que o garoto havia, sim, embarcado. Mas, para onde?
Wanderson diz que procurou a Polícia Federal no aeroporto de Vitória, para pedir ajuda, e que, em seguida, comunicou o fato à ex-esposa. "Joyce, a Gol sumiu com o nosso filho", teria dito ele à mãe da criança. Logo a ex-companheira também passou a buscar informações do filho, no aeroporto do Rio de Janeiro. "Veio, então, o desespero. Ela imediatamente foi para o Galeão [Tom Jobim] tentar localizar o nosso filho. Ninguém estava acreditando. O mundo caiu. Veio a tragédia de Chapecó [queda do voo da LaMia] imediatamente em minha cabeça", conta o professor no Facebook.
A solução para o mistério do "menino sumido" veio após uma hora, quando Wanderson Romão soube que seu filho de 6 anos havia, sim, desembarcado. Mas, não em Vitória. O garoto estava em Curitiba, no Paraná. "Não havia autorização judicial para ele ir para o Paraná, apenas Rio, Espírito Santo e São Paulo. O que era para ser um vôo de 45 minutos se transformou em um voo de 1h30 e em um filme de terror. A criança estava com medo, havia chorado durante o voo de ida", reclama o professor.
Finalmente, como a Gol lhe deu a opção de enviar o filho num voo de Curitiba para Vitória, com escala no Rio, Wanderson conta que preferiu que o garoto ficasse na capital fluminense. "Mas, eu continuo aqui em Vitória, sem montar minha árvore de Natal, sem irmos ao Papai Noel e sem vê-lo sorrir, feliz e junto com os priminhos. Aliás, qual o pai que não quer o filho do lado no dia do seu aniversário? Nunca vi um ser humano, tão inocente, puro, ser tratado com tanto desprezo, despreparo, irracionalidade, como uma espécie de uma mala, que simplemente foi extraviada", desabafa o professor.
Em vídeo divulgado na mesma rede social, Sérgio Quito, vice-presidente de operações da Gol, fez um pedido de desculpas "oficial" da empresa aérea. "Venho até vocês com um pedido de desculpas. Desculpa, principalmente aos pais e à criança que nós embarcamos erroneamente na última sexta-feira [2/12], na nossa operação no Rio de Janeiro, no aeroporto internacional. Essa criança tinha destino para Vitória e erroneamente foi embarcada para Curitiba. [...] Eu também gostaria de enfatizar que estamos muito desapontados, todos nós da Gol, e eu, além de vice-presidente de operações, como pai e avô. Mais uma vez, pedimos desculpas por esse ocorrido", diz o executivo.
Parece até história de algum filme de Hollywood: imagine mandar seu filho menor de idade viajar desacompanhado e descobrir que ele não foi "despachado"? Pois é, isso aconteceu com o professor Wanderson Romão, que mora em Vitória, no Espírito Santo. Ele tem um filho de 6 anos que vive com sua ex-esposa no BRASIL
Caso inusitado: Gol deixa criança ser 'extraviada'
Desta vez a companhia não deixou de enviar uma mala, e sim, um garoto de 6 anos
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