De acordo com o comandante Alessandro Martins, que participa de cursos de formação de comissários de bordo, as informações localizadas nos assentos do avião sobre o que fazer em caso de acidente não são oficiais, mas podem amenizar um possível impacto. "Mesmo ficando na posição recomendada, a chance de sobrevivência é baixíssima, considerando a velocidade do avião. Mas, no caso do comissário boliviano, a escolha dele pode, sim, tê-lo salvado", destaca o piloto.
Vale ressaltar que as regras de segurança informadas pelas aeronaves não são garantias de sobrevivência. Segundo Alessandro, nem mesmo os pilotos são treinados para lidar com possíveis impactos, e o procedimento universal é utilizar o cinto de segurança.
Outro atenuante é a dificuldade em manter a calma numa situação de pânico. De acordo com o testemunho do comissário Erwin Tumiri, muitas pessoas teriam se levantado dos assentos e começado a gritar quando foram informadas da pane na aeronave. "Cada pessoa tem uma reação diferente.
Tragédia mundial
A aeronave da empresa aérea venezuelana LaMia, que transportava a equipe da Chapecoense para a primeira partida da final da Copa Sulamericana contra o Atlético Nacional, na Colômbia, caiu pouco antes de fazer o pouso no aeroporto internacional de José María Córdova, que fica próximo da cidade de Medelin.
Ao todo, o avião modelo BAe 146, da British Aerospace, carregava 77 pessoas. Destas, foram resgatadas com vida apenas sete pessoas, sendo quatro jogadores do clube catarinese (o zagueiro Neto, o lateral esquerdo Allan Ruschel e os goleiros Danilo e Follmann), os comissãrios Ximena Suarez e Erwin Tumiri e o jornalista Rafael Henzel. Porém, depois de ser levado para o hospital, o goleiro Marcos Danilo Padilha, considerado o heroi da classificação da equipe para a final da Sulamericana, não resistiu e acabou falecendo..