Mesmo com 55 anos de história e carregando o mérito de ser a maior vencedora do Carnaval de BH, com oito títulos, a agremiação que fica na região centro-sul da capital enfrenta dificuldades, sobretudo na parte financeira. De acordo com Alexandre Brandão – o Xandão –, diretor da Cidade Jardim, um dos principais motivos para o agravamento do problema é o valor da verba que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) destina às escolas de samba da cidade: R$ 50 mil. A quantia é considerada insuficiente pelo dirigente. "As pessoas podem achar que é muito, mas isso não dá para fazer um Carnaval. Este valor só cobre o aluguel dos reboques que levam os carros alegóricos da sede até o local do desfile e de volta parea a escola", reclama Xandão.
O diretor diz que a escola só consegue sobreviver graças a empréstimos financeiros feitos em nome dos próprios integrantes. Além disso, a agremiação aluga sua quadra, localizada no conjunto Santa Maria, para festas de terceiros. A escola de samba também realiza eventos próprios para arrecadar dinheiro, de acordo com Xandão.
Edital
A verba destinada às escolas de samba da capital mineira é disponibilizada por meio de edital emitido pela Belotur, empresa vinculada à PBH, responsável pelo turismo na cidade.
Descaso
Na opinião de Xandão, os problemas financeiros que afetam as escolas de samba de Belo Horizonte é resultado do descaso do poder público municipal. Entretanto, ele isenta de culpa a gestão do prefeito Alexandre Kalil, por se tratar de uma administração municipal recém-eleita. Ainda de acordo com o dirigente, existe uma perspectiva de melhora, já que o atual governo está se mostrando mais "inclinado ao diálogo, se comparado com as anteriores".
Procurada pela reportagem da Encontro, a Belotur, até o fechamento da matéria, não se manifestou sobre as críticas feitas pelo diretor da escola de samba Cidade Jardim..