Pode ser mera coincidência, mas, em 1898, o escritor norte-americano Morgan Robertson publicou a obra The Wreck of the Titan (O Naufrágio do Titã), que conta a história da viagem inaugural de um transatlântico chamado "Titã", que acabou se chocando contra um iceberg e naufragando. Curiosamente a tragédia fictícia também ocorreu numa noite de abril, em uma viagem com destino para Nova Iorque. Assim como o famoso navio da empresa inglesa de transporte marítimo White Star Line, com sede em Londres, a embarcação do livro de Robertson era considerada perfeita – existe uma gravação do "batizado" do Titanic em que o presidente da companhia diz que "nem Deus" é capaz de afundá-lo.
A semelhança entre a história real e a fictícia impressiona ainda quando se trata de especificações técnicas dos navios. Na obra de Morgan Robertson, o transatlântico tinha capacidade para transportar 3 mil passageiros, enquanto o Titanic carregou 2.217 tripulantes. O "Titã" continha 24 botes salva-vidas, e o Titanic, 20. No desastre da ficção, 2.987 pessoas morreram. No acidente de 1912, foram 1.523 mortos no choque contra o iceberg, em pleno oceano Atlântico.
Depois que o Titanic afundou e o livro The Wreck of The Titan ganhou muita evidência, algumas pessoas acusaram Robertson de clarividência. Mas, o autor insistiu que tinha muito conhecimento sobre as práticas marítimas e construções navais, e que a semelhança de sua obra com o desastre de 1912 não passava de uma coincidência. Há, ainda, aqueles que defendem a teoria de que o escritor americano alterou o conteúdo do livro depois da tragédia, para se aproveitar da situação.
Assista, abaixo, à partida do transatlântico RMS Titanic do porto em Southampton, Inglaterra: