De acordo com o médico Evandro Guimarães de Souza, diretor da Sociedade Mineira de Cardiologia, desde 2011 existem estudos que associam o uso de anti-inflamatórios à maior chance de infarto. A pesquisa dinamarquesa também relacionou o uso desse tipo de remédio não esteroide com aumento da probabilidade de se ter parada cardíaca.
O cardiologista destaca que o aumento do risco é considerável para aquelas pessoas que possuem histórico de doenças cardiovasculares. Quem já sofreu AVC (Acidente Vascular Cerebral), ou já fez ponte de safena, por exemplo, deve usar esses anti-inflamatórios somente com prescrição médica.
"Estudos mostram que esses remédios precipitam ou aceleram o processo de trombose. Os riscos são de infarto e derrame cerebral. Se o paciente tiver algum risco cardiovascular, é necessário um critério maior para prescrever anti-inflamatórios", alerta Evandro Souza.
A pesquisa
Os cientistas dinamarqueses analisaram dados de pessoas que sofreram infarto entre os anos de 2001 e 2010. Dos 29 mil casos que ocorreram fora do hospital, 3,3 mil vítimas haviam tomado algum anti-inflamatório não esteróide pelo menos 30 dias antes da ocorrência do problema.
Maior rigor
As bulas do ibuprofeno e do diclofenaco vendidos no Brasil informam que os medicamentos devem ser administrados com cautela a pacientes com histórico de problemas cardíacos. Apesar disso, Evandro Guimarães defende maior controle na venda dessas substâncias. "Esses anti-inflamatórios deveriam ser vendidos com receita médica. É necessário um controle mais rigoroso desses remédios", defende o cardiologista..