Estado de Minas MEIO-AMBIENTE

Samarco pretende plantar 20 milhões de mudas nas áreas afetadas pela tragédia de Mariana

Por meio da Fundação Renova, a mineradora espera reflorestar 40 mil hectares


postado em 20/04/2017 08:59 / atualizado em 20/04/2017 13:07

Para tentar reverter a tragédia ambiental de 2015, com o rompimento da barragem de rejeitos em Mariana, a mineradora Samarco vai reflorestar uma área de 40 mil hectares(foto: Emater/Divulgação)
Para tentar reverter a tragédia ambiental de 2015, com o rompimento da barragem de rejeitos em Mariana, a mineradora Samarco vai reflorestar uma área de 40 mil hectares (foto: Emater/Divulgação)
Para reflorestar os 2 mil hectares de vegetação impactados pela tragédia do rompimento da barragem de rejeitos de minério em Mariana (MG) e mais 40 mil hectares de medida compensatória, serão necessários até 20 milhões de mudas nativas, principalmente da Mata Atlântica. Essa é a estimativa inicial da Fundação Renova, criada pela mineradora Samarco para gerir as ações de reparação dos danos causados no episódio. Para atender a demanda, teve início em abril um levantamento dos viveiros de mudas existentes ao longo da bacia do rio Doce.

A tragédia de Mariana ocorreu em 5 de novembro de 2015, quando o rompimento na barragem do Fundão, pertencente à mineradora Samarco, liberou no ambiente mais de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Além de devastar a vegetação nativa, a lama poluiu a bacia do rio Doce, destruindo comunidades e provocando a morte de 19 pessoas. O episódio é considerado a maior tragédia ambiental do país.

O plano de restauração florestal prevê o plantio direto de 10 mil hectares. Nos demais 30 mil hectares, seria conduzida uma regeneração natural. O trabalho também abrangerá 5 mil nascentes, que receberão o plantio de árvores no entorno.

A Fundação Renova estima que apenas a compra das mudas possa chegar a R$ 50 milhões. O mapeamento dos viveiros será feito em duas etapas. Inicialmente estão sendo reunidos dados como as localizações de cada um, tempo de atuação e listas das espécies produzidas. Num segundo momento, os viveiristas serão entrevistados sobre sua capacidade produtiva e detalhes técnicos.

Em nota, a Fundação Renova afirma que o envolvimento dos viveiros locais neste processo contribuirá para estruturar uma cadeia produtiva do reflorestamento na região, com capacidade de se manter sustentável e atender uma variada gama de clientes que vão desde pequenos agricultores rurais até grandes empresas situadas na bacia do rio Doce. "Serão firmadas parcerias para capacitar os trabalhadores do setor, melhorar as instalações físicas dos viveiros, promover o alinhamento à legislação de produção de mudas e identificar as sementes nativas, gerando uma nova vocação econômica para a região", acrescenta o texto da instituição vinculada à Samarco.

Segundo a Renova, está previsto para setembro o início do plantio de árvores em uma área de 2 mil hectares entre a barragem de Fundão e a usina hidrelétrica de Candonga, em Santa Cruz do Escalvado (MG). Este é um projeto que corre em paralelo ao reflorestamento da área total de 40 mil hectares e envolve trechos abrangidos pela deposição de rejeitos nas calhas e margens dos rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce.

Para tanto, foram realizados testes piloto em três fazendas, com o objetivo de entender o comportamento das espécies florestais em diversos aspectos técnicos. Os resultados balizarão a tomada de decisão sobre as espécies, condições de solo e metodologia de plantio. Além disso, até dezembro de 2017, a Fundação Renova promete realizar um plantio compensatório em uma área de 785 hectares onde há 500 nascentes.

(com Agência Brasil)

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