O Brasil é o quarto mercado consumidor de produtos de beleza do mundo. A característica do cabelo da população brasileira é bem variada, com uma tendência maior para o encaracolado, ficando entre o liso e o afro-étnico (crespo). Como hábito cultural, a mulher, independentemente da classe social, vai ao salão ou realiza algum procedimento doméstico pelo menos uma vez por mês. A tintura e o alisamento estão entre os mais frequentes. O uso concomitante dos produtos leva os fios a ter uma perda proteica.
Segundo Maria Valéria Robles Velasco, coordenadora do laboratório de Cosmetologia e orientadora da pesquisa, a proposta do estudo foi avaliar a extensão dos danos provocados pelo tratamento com tintura capilar oxidativa conjuntamente com os três produtos mais utilizados nos salões de cabeleireiros e que trazem na composição o tioglicolato de amônio, o hidróxido de sódio e o hidróxido de guanidina.
O estudo mediu a concentração de perda proteica (queratina) em oito grupos de amostras de cabelos cacheados quimicamente tratados.
O estudo demonstrou que o processo de alisamento seguido de tingimento que mais ofereceu segurança foi o que contém o princípio ativo de tioglicolato de amônio. Embora a pesquisa também tenha concluído que tanto a aplicação da tintura quanto os diferentes tipos de alisantes alteraram as características da fibra capilar. Segundo os pesquisadores, para recuperar a saúde dos cabelos e a reconstrução da estrutura dos fios, é necessário repor a queratina, a principal proteína formadora dos fios. No mercado, existem inúmeros produtos que prometem fazer esta reposição proteica.
(com Jornal da USP).