Estado de Minas BELEZA

Alisar e tingir os cabelos ao mesmo tempo não faz bem para os fios

Pesquisa feita na USP mostra que o cabelo perde queratina quando os dois processos são feitos conjuntamente


postado em 03/05/2017 13:33 / atualizado em 03/05/2017 16:41

Tingir e alisar os cabelos de forma simultânea não faz bem para os fios, que perdem queratina, ainda mais se forem suados produtos com hidróxido de guarnidina e hidróxido de sódio(foto: Pixabay)
Tingir e alisar os cabelos de forma simultânea não faz bem para os fios, que perdem queratina, ainda mais se forem suados produtos com hidróxido de guarnidina e hidróxido de sódio (foto: Pixabay)
O uso frequente de produtos químicos nos cabelos agride a fibra capilar dos fios, principalmente quando o alisamento e a coloração são feitos simultaneamente. Com a perda de proteínas, os cabelos ficam com uma aparência sem vida, quebradiços e desidratados. Isso é o que mostra uma pesquisa feita pelo laboratório de Cosmetologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. O estudo avaliou alguns tipos de alisantes, à base de guanidina, tioglicolato de amônio e hidróxido de sódio e verificou quais destes produtos são mais recomendados quando se deseja fazer dois procedimentos concomitantemente.

O Brasil é o quarto mercado consumidor de produtos de beleza do mundo. A característica do cabelo da população brasileira é bem variada, com uma tendência maior para o encaracolado, ficando entre o liso e o afro-étnico (crespo). Como hábito cultural, a mulher, independentemente da classe social, vai ao salão ou realiza algum procedimento doméstico pelo menos uma vez por mês. A tintura e o alisamento estão entre os mais frequentes. O uso concomitante dos produtos leva os fios a ter uma perda proteica.

Segundo Maria Valéria Robles Velasco, coordenadora do laboratório de Cosmetologia e orientadora da pesquisa, a proposta do estudo foi avaliar a extensão dos danos provocados pelo tratamento com tintura capilar oxidativa conjuntamente com os três produtos mais utilizados nos salões de cabeleireiros e que trazem na composição o tioglicolato de amônio, o hidróxido de sódio e o hidróxido de guanidina.

O estudo mediu a concentração de perda proteica (queratina) em oito grupos de amostras de cabelos cacheados quimicamente tratados. As mechas foram subdivididas em quatro e, posteriormente, submetidas ao processo de alisamento e aplicação de tintura castanho médio. De acordo com os resultados da pesquisa, os três tipos de alisamento promoveram perda proteica consideravelmente alta se comparados ao cabelo virgem: cerca de 159% para o tioglicolato de amônio, 187% para o hidróxido de guanidina e 276% para o hidróxido de sódio. Quando são considerados o uso dos dois produtos concomitantemente, o hidróxido de sódio foi o que mais promoveu perda de proteína, cerca de 207%, seguido pelo hidróxido de guanidina, 79%, e tioglicolato de amônio, 73%.

O estudo demonstrou que o processo de alisamento seguido de tingimento que mais ofereceu segurança foi o que contém o princípio ativo de tioglicolato de amônio. Embora a pesquisa também tenha concluído que tanto a aplicação da tintura quanto os diferentes tipos de alisantes alteraram as características da fibra capilar. Segundo os pesquisadores, para recuperar a saúde dos cabelos e a reconstrução da estrutura dos fios, é necessário repor a queratina, a principal proteína formadora dos fios. No mercado, existem inúmeros produtos que prometem fazer esta reposição proteica.

(com Jornal da USP)

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