O professor Oswaldo Keith Okamoto, do Instituto de Biociências da USP, explica que erros durante o processo de duplicação do DNA são bastante comuns e, em geral, não costumam causar danos ao organismo. O que surpreende, segundo o especialista, é a proporção de mutações cancerígenas que é atribuída aos erros de divisão celular.
Entretanto, Okamoto alerta que dois terços podem ser um número superestimado. "É possível que haja fatores ambientais, ainda desconhecidos, que contribuam para a ocorrência dessas mutações somáticas. Outro ponto é que a eficiência de reparo do DNA, assim como uma predisposição a esses danos, pode também ser geneticamente determinado", esclarece o professor. Ainda assim, ele destaca a importância de pesquisas desse tipo, que trabalham com sequenciamento genético, para a ciência e para os estudos de causa de câncer.
É importante ressaltar, que, apesar do resultado do estudo, as pessoas não devem se descuidar das causas externas que levam ao surgimento do câncer. Justamente por não se conhecer, com exatidão, a influência dos fatores ambientais e genéticos nas mutações celulares, os cuidados com elementos de riscos devem continuar.
(com Rádio USP).