Estado de Minas BEM-ESTAR

Estudo associa excesso de atividade física a problema nos rins

Pesquisadores descobriram que maratonistas acabam sofrendo com problemas renais após a prova


postado em 24/05/2017 10:56

Aumento da temperatura corporal e desidratação seriam os fatores essenciais para causar danos aos rins de atletas que se esforçam em demasia(foto: Pixabay)
Aumento da temperatura corporal e desidratação seriam os fatores essenciais para causar danos aos rins de atletas que se esforçam em demasia (foto: Pixabay)
A prática de exercícios físicos costuma estar sempre relacionada aos hábitos saudáveis. Porém, quando é feita de forma exagerada ou equivocada, pode ser um risco para a saúde, especialmente para os rins. Até mesmo os maratonistas estão sujeitos aos prejuízos do excesso de exercícios. Um estudo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, mostrou que 82% dos atletas analisados sofreram lesão renal associada à desidratação.

A pesquisa analisou 22 corredores da Maratona de Hartford 2015 e foi publicada na revista científica American Journal of Kidney Diseases. Os rins dos participantes da prova se recuperaram completamente em até 72 horas após a corrida, mas, o estudo levantou um questionamento sobre os impactos ao organismo provocados pelo esforço físico intenso.

Amostras de sangue e urina foram coletadas na véspera da competição, no dia da corrida e um dia após a maratona. Os pesquisadores investigaram os níveis de várias proteínas na urina e de creatinina sérica, uma substância que é lançada no sangue quando a pessoa tem algum problema no sistema urinário. Constatou-se que 82% dos corredores desenvolveram uma lesão renal aguda, classificada como estágio 1, ou seja, quando o órgão não consegue filtrar os resíduos presentes na corrente sanguínea.

Segundo os pesquisadores, as causas desses problemas renais poderiam estar relacionadas ao aumento da temperatura corporal, à desidratação e à diminuição do fluxo sanguíneo durante a prova. "Na prática clínica, quando ocorre essa situação, depois de 72 horas, o funcionamento do rim é restaurado. Mas, ninguém quer ficar sujeito à possibilidade de que os níveis não normalizem e, um dia, ter que precisar de uma hemodiálise ou de ser submetido a um transplante de rim", diz a nefrologista Maria Letícia Cascelli, membro da Sociedade Brasileira de Nefrologia, em entrevista à rádio Nacional de Brasília.

"Como tudo na vida, tem que haver um equilíbrio. Não se deve ficar sem atividade física, e também não se deve fazer sem supervisão. Os dois extremos não são bons para nossa saúde", completa a especialista.

(com Radioagência Nacional)

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação