Utilizando a plataforma de pesquisa online da Mechanical Turk, os pesquisadores recrutaram 1.374 participantes (todos com filhos), que foram apresentados a um caso clínico hipotético de uma criança que "teve febre e erupções na pele por três dias". Os convidados, que tinham em média 34 anos e ao menos um filho com menos de 18 anos, foram então divididos em grupos e receberam textos impressos da internet com informações sobre duas doenças que possuem esses sintomas. Um terceiro grupo não teve acesso a qualquer conteúdo online, e sim, apenas o diagnóstico de um médico.
Ao final, os pesquisadores verificaram que 81% do grupo que recebeu apenas o diagnóstico médico confiou plenamente na opinião do especialista. Já entre os que leram o texto sobre escarlatina, retirado da internet, 21,4% disseram que buscariam uma segunda opinião. Por outro lado, apenas 61,3% dos participantes que tinham lido o conteúdo sobre os sintomas da Síndrome de Kawasaki – são parecidos com os da escarlatina – relataram confiar no diagnóstico dos médicos e 64,2% disseram que provavelmente buscariam uma segunda opinião
Segundo o pediatra e homeopata Moises Chencinski, a internet é uma ferramenta de informação poderosa, mas é limitada pela sua incapacidade de raciocinar e pensar. Simplesmente relacionar uma lista de sintomas num motor de busca pode não refletir a situação médica real de uma pessoa. "Esses 'diagnósticos gerados por computador' podem enganar os pacientes ou pais, levá-los a questionar as habilidades dos médicos e a procurar uma segunda opinião, retardando assim o tratamento", afirma o especialista.
Para o médico, "pediatras devem incentivar os pais a compartilharem todas as preocupações que têm, para que os profissionais possam fazer um diagnóstico diferenciado.