Ministério da Saúde mostra que a indústria brasileira já retirou mais de 17,2 mil toneladas de sal dos alimentos desde 2011, quando foi firmado o acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação para a diminuição do sódio nos produtos. A meta é que a indústria promova a retirada voluntária de quase 28,6 mil toneladas de sal das prateleiras até 2020 – ou seja, em três anos, serão menos 11,3 mil toneladas de sal nos alimentos.
O resultado da quarta etapa do acordo revela ainda a redução de mais 2,3 mil toneladas de sal desde 2013. Nessa fase, foram analisados rótulos de 718 produtos como linguiças, sopas instantâneas, mortadela, queijo muçarela e empanados.
O maior percentual de redução foi observado nas sopas, que reduziram, em média, 65,15% de sódio para cada 100 gr de produto. Nas instantâneas, a redução média observada foi de 49,14% por 100 gr. No queijo muçarela o percentual foi de 23,15%; no requeijão, de 20,47%. Na outra ponta, a menor redução média percentual foi nos empanados, que perderam apenas 5,7% de sódio.
"Estamos acompanhando o esforço voluntário da indústria, temos que entender que isso é uma parceria entre governo e indústria e a motivação é dada pelo próprio consumidor. Considero que estamos cumprindo a nossa meta e vamos fazer um grande esforço para alcançá-la", afirma Ricardo Barros, ministro da Saúde.
O brasileiro consome, atualmente, 12 gr de sódio por dia, mais que o dobro do máximo sugerido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é 5 gr. O ministro ressalta que o consumo de sal em excesso pode levar a doenças crônicas como hipertensão, diabetes e obesidade. Esses problemas de saúde, junto com doenças cardiovasculares, respiratórias e câncer, respondem por 72% dos óbitos no país.
A redução feita até agora pela indústria é o equivalente a 4.313 caminhões carregados com sal, que dariam para enchar mais de 60 km de uma rodovia.
Fim do refil
Além do acordo com a indústria de alimentos, o Ministério da Saúde trabalha com outras frentes para reduzir o consumo de sal. Uma delas é proibir a venda de refrigerantes refil. Segundo o ministro Riacrdo Barros, pelo menos mil lojas de fast-food e outras redes de restaurante oferecem refis aos clientes. O ministério tenta negociar o fim desse tipo de consumo de bebeida diretamente com o setor. Segundo o ministro, há um aumento de 30% no consumo quando se compram refis. "Isso vai contra a meta que estamos estabelecendo para a nutrição", comenta Barros.
Outras iniciativas que estão sendo negociadas é um rótulo que traga alerta para o teor de sódio e açúcar nos alimentos e a inclusão de um dosador em todos os pacotes de sal. "Com o dosador, será possível recomendar as quantidades específicas nas receitas caseiras. Cada pessoa deverá ter a capacidade de controlar. Quando se fala em uma colher de chá, pode ser uma cheia ou mais rasa. Com o dosador, a medida será padrão", diz Cláudio Zanão, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados.
O Ministério da Saúde negocia diretamente com os setores cabíveis para que as providências sejam tomadas, mas Ricardo Barros esclarece que não descarta a possibilidade de que isso seja feito por meio de projeto de lei.
(com Agência Brasil)
Balanço divulgado nesta terça, dia 13 de junho pelo CONSUMIDOR
Em seis anos, indústria brasileira retira mais de 17 mil toneladas de sódio dos alimentos
Essa quantidade equivale a 4,3 mil caminhões carregados de sal
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