iceberg de 1 trilhão de toneladas na plataforma de gelo Larsen C (tem o tamanho do Distrito Federal), na Antártida, pode ser considerada "extremamente preocupante". A informação foi divulgada pela agência chinesa de notícias Xinhua na quinta, dia 13 de julho.
Trata-se do terceiro episódio desse tipo na parte Antártida que fica mais próxima da América do Sul, depois que as barreiras de gelo Larsen A e B entraram em colapso em 1995 e 2002, respectivamente.
Nathan Bindoff, chefe do programa Oceanos e Criosfera do Instituto de Estudos Marinhos e Antárticos da Austrália, afirma que a ruptura aceleraria o afinamento do gelo na Antártida, e isso pode significar novas rupturas no futuro. "Os grandes icebergs que se separam das principais barreiras de gelo são um componente crítico da história da Antártida", comenta o cientista em declaração feita na quinta (13).
"As barreiras de gelo reforçam a camada congelada da Antártida e diminuem a taxa de perda de gelo na região. Portanto, um grande iceberg como este significa que veremos uma aceleração do degelo atrás da barreira Larsen C. Surpreendentemente, essa aceleração do derretimento das geleiras contribuirá para o aumento do nível do mar nos próximos anos. Vimos esse mesmo efeito no nível do mar quando a barreira de gelo Larsen B se separou", explica Nathan Bindoff.
Apesar do colapso ser um processo natural, Ian Simmonds, professor da Faculdade de Ciências da Terra da Universidade de Melbourne, também na Austrália, afirma que o aquecimento global causado pelo homem acelerou o processo. "A ruptura desse enorme iceberg da barreira de gelo Larsen C é profundamente preocupante. Isso ocorre após o colapso de uma parte da barreira de gelo Larsen B em fevereiro de 2002", comenta o cientista.
"As causas dessas rupturas são semelhantes. As temperaturas aumentaram drasticamente na região ao longo das últimas décadas. Isso significa que as temperaturas do Verão estão ficando, atualmente, ligeiramente acima do ponto de congelamento, e o derretimento da superfície enfraquece significativamente as barreiras de gelo", esclarece Simmonds.
(com Agência Brasil e Agência Xinhua)
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