oleaginosas, peixes, leite, vinho e outras variedades de ervas de cheiro. No cardápio, quase não aparecem carne vermelha, gordura de origem animal, produtos industrializados e doces. Assim é a dieta mediterrânea, associada à prevenção de doenças cardiovasculares, como o AVC e o infarto do miocárdio, e de transtornos cognitivos, como o Mal de Alzheimer.
Como esclarece o professor Octávio Pontes Neto, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, os transtornos cognitivos são caracterizados pela deterioração significativa da capacidade de processar as informações, como, por exemplo, a lembrança de fatos recentes ou antigos e entendimento e compreensão de tarefas. Ainda de acordo com o especialista, o declínio dessas capacidades é natural e não significa, necessariamente, uma doença. Porém, quando ocorre um comprometimento maior dessas funções, pode evoluir para condições mais graves como a demência.
Benefícios da dieta
Um estudo realizado por pesquisadores do Hospital das Clínicas da Universidade de Barcelona, na Espanha, e publicado no início do ano passado na revista científica The Journal of American Medical Association, revelou que a dieta mediterrânea pode melhorar as funções cognitivas e prevenir contra a perda de memória.
O experimento analisou 447 pessoas com idade entre 55 e 80 anos que adotaram novos hábitos alimentares durante quatro anos. O primeiro grupo seguiu a dieta mediterrânea utilizando um litro de azeite de oliva por semana. O segundo adotou o mesmo tipo de dieta, porém, consumindo 30 gr de nozes por dia. O último grupo seguiu uma dieta com baixo teor de gordura.
Os dois grupos que adotaram a dieta mediterrânea tiveram melhor desempenho nos testes cognitivos em comparação com o terceiro. Aqueles que consumiram azeite de oliva tiveram mais sucesso nos testes de memória e os que se alimentaram de nozes apresentaram resultados positivos nas funções executivas do cérebro, como planejamento de atividades complexas.
(com Rádio USP)
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