
Um novo estudo publicado na segunda-feira, dia 3 de julho, por uma importante revista médica, a The Journal of Antimicrobial Chemotherapy, indica que o triclosan pode selecionar bactérias resistentes a antibióticos. Testes em laboratório demonstraram que um micro-organismo que sobreviveu ao triclosan pode desenvolver "resistência cruzada" a antibióticos. A salmonella, inclusive, pode se tornar resistente a vários medicamentos depois da exposição prolongada aos sabonetes bactericidas.
Ano passado, a Foods and Drugs Administration (FDA), responsável por regular remédios e alimentos nos EUA, assim como a Anvisa no Brasil, baniu 19 substâncias químicas utilizadas na maioria dos sabonetes que dizem eliminar "até 99,9% das bactérias". Em 2013, a FDA pediu que as marcas que produzem sabonetes com esses químicos enviassem estudos comprovando a eficácia do produto. As pesquisas enviadas pelas empresas, no entanto, não foram suficientes para comprovar o benefício desses materiais na higiene das pessoas.
Outro estudo, realizado pela Universidade da Califórnia e publicado na revista americana Proceedings of the National Academy of Sciences, também sugere malefícios do triclosan para o fígado. Há cerca de três anos, uma matéria publicada pela agência de notícias Bloomberg News também afirmava que o produto químico estaria associado ao aparecimento de câncer em animais.
Além dos saponáceos, essa substância também é utilizada em muitas pastas de dente. A Colgate, um das principais fabricantes de dentifrícios, afirma que o triclosan é seguro e que já foi submetido a testes rigorosos. Segundo a empresa, a eficácia e a segurança do produto são apoiadas por mais de 80 estudos clínicos envolvendo 19 mil pessoas.
(com LiveScience)