
Com 19 andares na área comercial e 31 no espaço residencial, o Maletta possui 319 apartamentos, 642 salas, 72 lojas e 74 sobrelojas. As residências somam cerca de 1,3 mil moradores e abrigam estudantes organizados em repúblicas ou famílias que compraram o imóvel à época da construção. Além do movimento dos moradores, cerca de cinco mil frequentadores circulam diariamente pelos corredores, em busca de serviços diversos que vão de sebos a escritórios de advocacia, passando por costuras e consertos de relógios e calçados.

História
O edifício foi construído onde, em agosto de 1897, apenas quatro meses antes da inauguração de Belo Horizonte, havia sido construído o Grande Hotel. O local recebeu personalidades como Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral e foi comprado pelo italiano Arcângelo Maletta, que o gerenciou de 1919 até 1953, quando veio a falecer. Com isso, o prédio foi vendido à Cia de Empreendimentos Gerais, que o demoliu em 1957 para inaugurar, em 1961, o Conjunto Arcângelo Maletta, em homenagem ao último dono do espaço.
Logo o Maletta ganhou evidência na capital. Especialmente os bares e restaurantes do conjunto, que se integraram muito bem à vida cultural da cidade. O restaurante Cantina do Lucas, aberta em 1962, foi frequentada por escritores e músicos como Murilo Rubião, Nivaldo Ornelas, Wagner Tiso e Milton Nascimento. Ele é tombado como patrimônio cultural de BH e um de seus funcionários, Olympio Perez Munhoz, conhecido como "seu Olympio", foi imortalizado no Guinness Book, o livro de recordes, por ser o garçom que permaneceu por mais tempo em atividade no Brasil.

Nas décadas de 1960 e 1980, o edifício reuniu escritores, jornalistas, intelectuais, atores e estudantes. Nos anos 1990, passou a ser alvo de "turismo de ocasião", recebendo visitas de casais da periferia, figuras boêmias e viajantes. Desde então, o movimento dentro do Maletta se tornou peculiar: durante o dia, lojas e restaurantes oferecem serviços cotidianos; à noite, os bares predominam.
Em 2010, o famigerado prédio ganhou novo fôlego com a abertura de bares e restaurantes no segundo andar.

(com assessoria de comunicação da PBH)