No projeto, o filho do polêmico deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) compara o regime comunista ao nazismo. "O comunismo é tão nefasto quanto o nazismo. Se já reconhecemos a objeção ao segundo, devemos também fazê-lo em relação ao primeiro", diz trecho da justificativa da proposta.
O deputado também citou no documento os crimes de tortura praticados durante a ditadura. "Não cabe defesa à tortura, mas, esta, se ocorreu, não precedeu ao terrorismo. O contrário é verdadeiro.
Para o cientista político Rudá Ricci, a proposta do deputado carioca não tem a menor significância: "Isso é um folclore para poder aparecer. Trata-se de uma visão atrasada, somente com o objetivo de aparecer".
O especialista em Direito Constitucional, Daniel Falcão, afirma que o projeto é inconstitucional. "Essa proposta é uma tentativa de criminalizar partidos que são de ideologias diferentes que a dele e do pai dele ", cometa o professor da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da USP, em entrevista concedida à Rádio USP.
O advogado ainda critica a relação que o deputado estabelece entre comunismo e nazismo. "Os regimes têm em comum o autoritarismo e o totalitarismo, mas são de raias totalmente diferentes. O nazismo é de extrema direita, enquanto o comunismo foi um regime de extrema esquerda. Isso mostra desconhecimento da história mundial e também de ciência política", comenta o professor da USP.
Atualmente, o Brasil possui dois partidos declaradamente comunistas: PCB (Partido Comunista Brasileiro) e PC do B (Partido Comunista do Brasil). Existem outras legendas, no entanto, que compartilham do comunismo ou do socialismo em suas ideologias de formação, como por exemplo o PTB, PT, PSOL, PDT, PTB, PSTU, PPS e POR.
(com Rádio USP).