A conferência para negociar o texto foi proposta pelo Brasil, pela África do Sul, pela Áustria, pela Irlanda, pelo México e pela Nigéria no fim de 2016. O tratado obriga os estados-parte a não participar ou permitir atividades relacionadas ao uso e também ao desenvolvimento de armas nucleares. O texto do tratado foi acordado no dia 7 de julho deste ano. Depois da assinatura, é necessário que cada país que tenha assinado o texto faça a ratificação, e o acordo só passa a valer depois que 50 países tiverem passado por todo o processo.
O embaixador Sergio Duarte, ex-alto representante da ONU para Assuntos de Desarmamento e atual presidente da Organização internacional sobre Relações internacionais Pugwash, diz que o tratado inibe a última categoria de arma de destruição em massa que não estava proibida: "armas químicas e armas biológicas já estão proibidas por tratados internacionais, esse tratado cuida da terceira e última categoria, a arma nuclear, que é a mais cruel e a mais indiscriminada de todas as três". As armas biológicas foram proibidas em 1972, e as químicas, em 1993.
Para o ministro das Relações Exteriores da Áustria, Sebastian Kurz, apesar de muitos argumentarem que as armas nucleares são indispensáveis para a segurança nacional, essa ideia é falsa: "o novo tratado oferece uma alternativa real para a segurança: um mundo sem armas nucleares, em que todos estarão mais seguros, onde ninguém precisa ter armas nucleares".
Durante o discurso da assinatura do tratado, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, lembrou as vítimas de Hiroshima e Nagasaki.
(com Agência Brasil).