"Qualquer alteração na alimentação de cães e gatos deve ser lenta e gradual. Cães e gatos que são submetidos a uma dieta vegetariana demonstram precocemente sinais de deficiência nutricional, como pelos opacos e quebradiços e menor disposição para brincadeiras e exercícios. Com o passar do tempo, estes animais podem demonstrar sinais clínicos mais graves, como anemia, hipoproteinemia e edema de membros", alerta a médica veterinária Aline Quintela, professora da Unime.
De acordo com a especialista, a alimentação ideal para oferecer aos animais deve ser balanceada e de qualidade, já que cães e gatos, evolutivamente, sempre necessitaram de uma dieta rica em carnes. Fibras vegetais devem fazer parte das refeições, mas, jamais como componente exclusivo ou principal. "Temos muitas rações comerciais disponíveis no mercado que são completas", afirma a veterinária.
Para os tutores que pretendem fazer a transição de ração e alimentos processados para a alimentação natural, Aline Quintela faz mais um alerta: "jamais retire ou substitua ingredientes sem orientação profissional. O acompanhamento clínico e a realização de exames são essenciais, pelo menos semestralmente".
A especialista complementa que, se a opção do tutor for a dieta caseira, esta deve ser prescrita por um veterinário. "A prescrição é baseada no estilo de vida do cão ou gato. Se é sedentário ou faz exercícios; se é castrado; se vive sozinho; dentre outras características. E deve conter os nutrientes essenciais a sua boa nutrição. O tutor deve ter em mente que, apesar de ser mais natural por não conter corantes e conservantes, e ser mais atraente para os animais, a dieta caseira tem que ser preparada diariamente, o que demanda tempo para comprar ingredientes e preparar a refeição. O preço costuma ser mais alto e há necessidade de suplementação com vitaminas, além de ser necessário acompanhamento veterinário constante", esclarece a professora.