"Se não houver esforços globais para frear as emissões de carbono, o previsto aumento na temperatura suprimirá cerca de uma décima parte do PIB per capita dos países de baixos investimentos para finais do século XXI", informa o Fundo por meio do relatório Perspectivas Econômicas Globais.
Essas projeções se baseiam em cenários conservadores de aumento de 1º C na temperatura dos países em desenvolvimento, o que se traduziria em menor produção agrícola, esfriamento dos investimentos e danos à saúde.
O documento enfatiza que "dado que as economias avançadas e emergentes são as que contribuíram em grande medida ao aquecimento global e devem continuar nesse caminho, ajudar os países de baixos investimentos a encarar suas consequências é um imperativo humanitário e uma sensata política econômica global".
Para o organismo internacional, comandado por Christine Lagarde, um dos principais problemas é que "as políticas domésticas desses países não são suficientes" para protegê-los das mudanças climáticas, devido aos seus poucos recursos econômicos, ao citar exemplos de alguns dos países mais expostos, como o Haiti, o Gabão e Bangladesh.
"À medida que as altas temperaturas ultrapassam os limites biofísicos dos ecossistemas desses países, poderia haver epidemias mais frequentes, fome e outros desastres naturais, ao mesmo tempo que é alimentada a pressão migratória e o risco de conflitos", alerta o FMI.
Cerca de 60% da população mundial vive em países onde o aquecimento global provavelmente produzirá estes "efeitos perniciosos", na opinião do Fundo.
(com agência EFE e Agência Brasil).