No Brasil, a partir de 1988, foi ampliada a prevenção, por meio da vacinação da população. Promovida em campanhas de imunização em massa com a vacina oral contra a poliomielite, a estratégia contribuiu para livrar o país do problema em 1989, quando o último caso foi registrado, segundo o Ministério da Saúde. Em 1994, toda a região das Américas foi certificada como livre da circulação do poliovírus.
Hoje, a OMS aponta que apenas três países ainda possuem o vírus em circulação: Afeganistão, Paquistão e Nigéria. Tal permanência inspira cuidados em todo o mundo, por isso, aproveitando o Dia Mundial de Combate à Poliomielite, na terça, dia 24 de outubro, a organização vinculada à ONU alertou para a necessidade de se manuter ações de vigilância e prevenção. Mesmo há décadas sem registro, o Brasil tem seguido a orientação e disponibilizado vacinação em postos municipais, assim como efetivado campanha anual de imunização. A última ocorreu em setembro deste ano.
Efeitos da poliomielite
Para alguns brasileiros, contudo, a pólio não acabou efetivamente.
A pós-pólio pode acometer quem teve poliomielite aguda na infância, sobretudo aquelas pessoas com histórico de poliomielite paralítica grave. Embora já catalogada, ela ainda é pouco conhecida, o que compromete a qualidade de vida das pessoas afetadas. Thibério Limaverde conta que só tomou conhecimento da nova síndrome após ver uma reportagem sobre o tema na televisão. Há três anos, ele vinha sentindo fraqueza e, mais recentemente, dores. No início, atribuiu os sintomas ao sedentarismo. Depois de saber da pós-pólio, passou a investigar o problema e concluiu que as dores decorriam da fadiga sentida pelos neurônios.
O Ministério da Saúde desenvolveu, em outubro de 2016, guia para ações de reabilitação da pessoa com pós-poliomielite e co-morbidades. O órgão explica que tem desenvolvido ações tendo em vista a necessidade de cada paciente, como fisioterapia e orientação nutricional, pois não há uma forma geral de tratar todos os casos de pós-pólio. Ainda não há dados sobre a ocorrência no Brasil, mas o documento aponta que 60% dos indivíduos com sequela de poliomielite paralítica e 40% dos casos não paralíticos desenvolvem a síndrome.
(com Agência Brasil).