Apesar de não ter cura, existem tratamentos que amenizam especialmente os tremores – a maioria por meio de remédios. Uma das mais recentes técnicas utilizadas no tratamento cirúrgico do Mal de Parkinson é a estimulação cerebral profunda. Trata-se de uma espécie de marca-passo, parecido com o usado no coração, mas que é ligado ao cérebro. O dispositivo é colocado na região torácica e passa a transmitir impulsos para os neurônios de uma região específica e predeterminada pelo neurologista, permitindo o restabelecimento dos movimentos do paciente.
"A estimulação cerebral profunda tem se estabelecido como um tratamento cirúrgico seguro e eficaz para um grupo selecionado de pessoas que não respondem ao tratamento convencional. Em geral, ela é indicada quando, apesar do uso de medicações em doses adequadas, o indivíduo mantém muitos sintomas, como tremores vigorosos e a impossibilidade de realizar atividades básicas, como andar, com comprometimento do bem-estar e da mobilidade", explica o neurologista Rubens Gisbert Cury, do hospital Samaritano Higienópolis, em São Paulo.
Além do Parkinson, esse tipo de cirurgia também é indicado para pacientes que apresentam distonias, ou seja, contrações musculares involuntárias; alguns tipos de tremor; tiques; e síndrome de Gilles de La Tourette, distúrbio do sistema nervoso que envolve movimentos repetitivos e sons indesejados.
"Com o uso da técnica em pacientes com Parkinson, por exemplo, observamos uma redução dos períodos que chamamos de 'off', em que a pessoa apresenta muita lentidão e tremores, além de uma melhora na coordenação para caminhar. O principal objetivo da estimulação cerebral profunda é buscar um benefício terapêutico mais constante e previsível, de tal forma que os pacientes possam alcançar uma redução da gravidade dos sintomas", afirma o neurologista. No geral, é preciso que o paciente tenha, no mínimo, quatro anos completos com a doença para que o médico proponha esse tratamento.