Estado de Minas PATRIMÔNIO

Fazenda Samambaia passa a fazer parte do parque estadual do Sumidouro

A edificação histórica foi totalmente restaurada e entregue para o Instituto Estadual de Florestas


postado em 09/10/2017 16:31 / atualizado em 10/10/2017 13:24

Com cerca de 500 hectares, a fazenda Samambaia, em Pedro Leopoldo, região metropolitana de Belo Horizonte, passa a fazer parte do parque estadual do Sumidouro(foto: Semad/Divulgação)
Com cerca de 500 hectares, a fazenda Samambaia, em Pedro Leopoldo, região metropolitana de Belo Horizonte, passa a fazer parte do parque estadual do Sumidouro (foto: Semad/Divulgação)
Uma boa notícia para o patrimônio cultural e ambiental de Minas Gerais: o Instituto Estadual de Florestas (IEF) recebeu, neste mês de outubro, a fazenda Samambaia, em Pedro Leopoldo, totalmente restaurada, que passará a integrar o parque estadual do Sumidouro.

A restauração da fazenda se deu por meio de um acordo firmado entre a Vale Mineração – que realizou as intervenções –, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o IEF e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). Para a revitalização do imóvel, a empresa investiu cerca de R$ 13 milhões.

"A entrega dessa beleza da arquitetura mineira para o IEF representa mais do que o recebimento, mas a oportunidade de poder disponibilizar esse espaço para a comunidade, atraindo o desenvolvimento econômico, a possibilidade de novas parcerias, além da divulgação da cultura mineira e das especificidades regionais", comenta João Paulo Sarmento, diretor do IEF.

Quem também gostou do "presente" foi Rogério Tavares, gerente do parque estadual do Sumidouro. "Essa fazenda, que passará a fazer parte do conjunto de atrações do parque, representa um espaço de referência da memória rural da região no final do século IXX e início do século XX, onde eram produzidos alimentos que contribuíam muito para o abastecimento da capital mineira", afirma o gestor.

A fazenda

A fazenda Samambaia é constituída por sede, curral, pátio de ordenha calçado e coberto, moinho d'água, pontes e um aqueduto. A área da fazenda possui cerca de 500 hectares e corresponde a um quarto da área do parque.

Segundo a Vale, a restauração do imóvel buscou reavivar os aspectos culturais do patrimônio arquitetônico setecentista e estabelecer as melhores opções para preservar a identidade da edificação, incorporando alternativas para o uso atual.

A construção reflete, em sua arquitetura a estética, funções sociais e modo de vida rural típico da região na época. Em sua fundação, a fazenda era utilizada para atividades agropecuárias, mas foi comprada pela empresa Minerações Brasileiras Reunidas (MBR) em 1964, como parte de uma jazida de calcário. A mineradora foi posteriormente adquirida pela Vale.

Sumidouro

O parque estadual do Sumidouro foi criado no dia 3 de janeiro de 1980, pelo Decreto Estadual nº 20.375, alterado pelos Decretos nº 20.598, de 4 de junho de 1980, nº 44.935 de 3 de novembro de 2008 e definido pela Lei 19.998, de 29 de dezembro de 2011. Ele possui área total de mais de 2 mil hectares e está situado nos municípios de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte, a cerca de 50 km da capital mineira.

A unidade recebeu este nome devido à sua lagoa, que possui um ponto de drenagem das águas da bacia típica dos terrenos calcários. Trata-se de uma abertura natural para uma rede de galerias, por meio da qual um curso d'água penetra no subsolo denominado "sumidouro", termo que vem da palavra indígena "anhanhonhacanhuva", que significa "água parada que some no buraco da terra".

Dentre os atrativos do parque Sumidouro, destacam-se a Gruta da Lapinha; o museu Peter Lund; escalada nos maciços da Lapinha; a casa Fernão Dias; e a Trilha do Sumidouro, que começa na casa Fernão Dias e passa pelo marco histórico "Cruz do Pai Mané".

(com Agência Minas)

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