Segundo a psicóloga Sônia Eustáquia, normalmente, em casos de violência urbana, como a que estamos vivendo, é comum surgir outro problema associado, que é o excesso de prevenção, regido pelo medo exacerbado, sem limites e muitas vezes infundado. "O paradoxo medo versus prevenção pode desencadear conturbações no humor e reações mentais diversas que vão desde neuroses a disfunções sexuais. Além disso, podem surgir outras doenças físicas como consequência, entre elas, úlcera, taquicardia, hipertensão, tensão muscular, queda da resistência e aumento de quadros infecciosos", esclarece a especialista.
Conforme a psicóloga, são características de um medo intenso: ritmo cardíaco acelerado; tremores; sudorese; sensação de terror; palpitação; dores no peito; tontura; confusão; e uma urgência de se afastar do objeto da situação causadora do medo. "A pessoa perde a noção do que está ocorrendo ao seu redor, mas acredita que algo ruim acontecerá. A sensação de morte pode chegar de repente", completa Sônia.
Identificando o medo
De acordo com a especialista, é preciso reconhecer os sintomas e as situações de medo. Ela dá algumas dicas:
- Formule um plano de ação para amenizar a ansiedade
- Converse com pessoas e compare medos e atitudes preventivas
- Medo não é fraqueza, por isso, procure um profissional, se necessário
Sônia Eustáquia lembra ainda que, para estabelecer parâmetros de normalidade, é necessário identificar os gatilhos (causas) que levam à neurose. "A neurose não se desenvolve da noite para o dia. Ela é construída ao longo da formação da personalidade. Para que haja a interrupção do medo, o individuo deve frequentar locais mais seguros e protegidos, de preferência. Já em casos de um quadro fóbico ou de ansiedade generalizada, é necessário procurar profissionais especializados", comenta a psicóloga.